Senador Roberto Rocha (PSB/MA) referiu-se aos grampos da Operação Lava Jato, que atingiram ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA) e disse haver uma cultura que primeiro acusa para depois apurar a acusação; parlamentar afirmou que "a divulgação de trechos de conversas telefônicas retiradas do contexto original, alimenta-se desse ambiente social punitivo, que transforma o processo penal no Brasil em mera formalidade, pois desde o início a culpa fica estabelecida"; nas mensagens, do período em que Wagner governou a Bahia, o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro aborda questões referentes à eleição de 2012 em Salvador, como o apoio ao candidato petista Nelson Pellegrino, que foi derrotado
Maranhão 247 - O senador Roberto Rocha (PSB/MA) saiu em defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA) e lamentou o "vazamento seletivo" de informações da Operação Lava Jato especialmente em se tratando de políticos. Segundo o congressista, existe uma cultura que primeiro acusa para depois apurar sobre a acusação.
"Quando uma informação que atinge a honra de uma pessoa é divulgada, especialmente de um político, o público comemora como se a simples divulgação já fosse uma ação da Justiça", registrou ele no Facebook.
Segundo o parlamentar, "o vazamento seletivo, ou seja, a divulgação de trechos de conversas telefônicas retiradas do contexto original, alimenta-se desse ambiente social punitivo, que transforma o processo penal no Brasil em mera formalidade, pois desde o início a culpa fica estabelecida".
Mensagens grampeadas do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, vazadas para Estadão, envolvem o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, no esquema de corrupção da Lava Jato, no período em que foi governador da Bahia. Nas conversas gravadas, o executivo aborda questões referentes às eleições municipais de 2012, como o apoio ao candidato petista Nelson Pellegrino, que foi derrotado por ACM Neto.
"Os trechos publicados de conversas entre o ex-governador Jacques Wagner e um empresário não denotam qualquer ação irregular. Elas são importantes para aprofundar a investigação e chegar à verdade. Mas não para culpar pessoas apenas pelo cargo que ocupam", disse Rocha.
Rocha tem defendido, na bancada do PSB no Senado, um diálogo aberto com a presidente Dilma Rousseff e que o partido assuma uma posição mais próxima da petista no que for para a ajudar o País.
O senador, que tem mantido boas relações com o Palácio do Planalto, foi eleito senador pelo Maranhão na chapa liderada por Flávio Dino (PCdoB), atual governador daquele estado. "O ministro não é meu amigo, não é do meu partido nem é de um bloco partidário aliado no Senado. Mas não é possível que a disputa política se sobreponha à honra das pessoas", disse ele.