Blog do Camarotti/G1
A reunião no Palácio da Alvorada entre a presidente Dilma
Rousseff com os ministros que integram o núcleo de coordenação política
do governo nesta quarta (18) teve como objetivo tentar implementar os
conselhos dados pelo ex-presidente Lula na semana passada. Há uma
preocupação especial com a Câmara dos Deputados.
O governo tentará duas ações: blindar a CPI da Petrobras e tentar salvar o pacote de ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. São duas missões com elevado grau de dificuldade. Integrantes da articulação política foram informados que o PMDB deve escalar ninguém menos que o deputado Osmar Serráglio (PMDB-PR) para integrar a CPI.
Em 2005, Serráglio foi o relator da CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão. E fez um duro relatório sobre o esquema de corrupção. Agora, o nome dele passou a ser defendido por integrantes do PMDB para ocupar um cargo de destaque. “Serráglio poderia ser novamente relator”, defende o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
Sobre o pacote de ajuste fiscal, o governo admite negociar algumas mudanças, mas sem descaracterizar o esforço proposto por Levy. Outra preocupação é com a possibilidade de derrubada do veto presidencial ao reajuste do Importo de Renda. O governo quer manter o índice de 4,5% na tabela do IR.
Segundo
relatos de dirigentes petistas, o ex-presidente Lula já manifestou sua
preocupação com o envelhecimento precoce do ministério de Dilma Rousseff
por causa da eleição de Eduardo Cunha para o comando da Câmara.
“O primeiro escalão de Dilma já não consegue agir para influir no Congresso”, observou um integrante da Executiva Nacional do PT.
“O primeiro escalão de Dilma já não consegue agir para influir no Congresso”, observou um integrante da Executiva Nacional do PT.
Mas há um reconhecimento que, neste momento, não seria possível fazer uma mudança na equipe. Por isso, o governo trabalha agora com os cargos de segundo escalão para tentar diminuir as resistências dentro da base aliada.
Para o público externo, a ordem é que Dilma faça uma agenda intensa pelo Brasil. Um dos conselhos de Lula foi que a presidente ficasse menos em Brasília. Diante disso, o gabinete da presidente já começou a telefonar para aliados para programar visitas nos estados com o objetivo de inaugurar obras.