Em encontro do PT, a presidente Dilma Rousseff fez, nesta sexta (6) um
discurso com justificativas para a nova política econômica do país e
defendeu a política de conteúdo nacional e do regime de partilha da
Petrobras; ela criticou "aqueles que querem o retrocesso e o golpismo,
ainda que de forma dissimulada", numa clara referência a FHC, que sugere
o impeachment dela; Dilma ressaltou ainda que "prometeu e irá cumprir
uma nova etapa de desenvolvimento, com foco na educação e na necessária
elevação da competitividade da economia"; "Nós somos os melhores para
vencer os desafios, porque escolhemos sempre e, principalmente, diante
da crise, o lado dos trabalhadores e do povo brasileiro. Quem tem um
lado é sempre melhor. Temos lado e competência e vamos fazer", afirmou.
A presidente Dilma Rousseff foi a última a discursar durante o encontro de 35 anos do PT, que ocorreu, nesta sexta-feira (6), em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ela falou logo após um longo pronunciamento do ex-presidente Lula,
que declarou apoio às medidas econômicas tomadas pelo governo. Antes
dele, governadores petistas, o presidente da legenda Rui Falcão e o
ex-presidente uruguaio, José Mujica, também discursaram.
"O PT chega aos 35 anos, é um partido jovem, mas já inicia o seu
quarto mandato presidencial, após 12 anos de transformação social. O
Brasil é hoje um país muito melhor. É um país onde as pessoas deixaram a
miséria, onde milhões de jovens entram na universidade, onde milhões de
trabalhadores estão no mercado de trabalho com carteira assinada. Por
isso, a nossa responsabilidade é imensa. Os brasileiros esperam que
honremos a continuidade do que fizemos, mas também esperam que
aprofundemos as transformações no Brasil, ampliemos a democracia. Nós
não vamos ficar eternamente uma nação emergente. Os brasileiros esperam
que trilhemos o caminho para uma nação desenvolvida, com mais
oportunidades para todos", afirmou.
"A história do PT é um roteiro. A gente pode acompanhar como um
filme. Um roteiro de identificação com o povo brasileiro e sempre teve
como base uma identificação com os movimentos populares, com os
sindicatos, com os intelectuais, com as igrejas, com os que lutaram
contra a ditadura e com os empresários progressistas do país",
reforçou.
Dilma frisa que pediu o voto aos brasileiros prometendo uma nova
etapa de desenvolvimento para o país. "Dissemos que nossa proposta era
uma política social baseada em novas oportunidades e uma política
econômica em concordância com a política social", afirmou ela,
destacando que, em 12 anos, os governos petistas "erradicaram a pobreza
extrema do país". "Essa é a nossa prova. Ninguém tira isso de nós",
ressalvou.
Ela afirma que também prometeu uma nova etapa de desenvolvimento, com
foco na educação e na necessária elevação da competitividade da
economia. "Esse é o nosso compromisso, é o meu compromisso com o Brasil
nos próximos 4 anos e eu vou tomar todas as medidas para construir um
Brasil mais desenvolvido e menos desigual. É esse o nosso objetivo. Tudo
que estamos fazendo tem o objetivo de manter e fortalecer o modelo de
desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento
econômico, distribuição de renda e inclusão social", afirmou.
Dilma falou ainda que os ajustes que estão sendo feitos pelo governo
são "necessários, para manter rumo e ampliar oportunidades, para ter
força para priorizar todos os avanços sociais e econômicos". "As
mudanças que as pessoas esperam dependem muito da estabilidade da nossa
economia. Precisamos garantir o controle da inflação, das contas
públicas, a geração de emprego e renda, que é o objetivo fundamental que
nós temos", explicou.
"Hoje a economia vem sofrendo os efeitos de dois choques: um é
externo, da redução expressiva das taxas de crescimento do mundo. No
plano interno, o Brasil sofreu um das piores secas dos últimos anos, que
provocou choque no preço dos alimentos. Temos agora o problema da seca,
surpreendentemente no Sudeste e não no Nordeste, o que teve um impacto
no preço da energia", afirmou.
Dilma explicou ainda que é preciso promover um "reequilíbrio fiscal"
para garantir o emprego e a renda. A presidente ressaltou que as medidas
visam a preservar o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronatec,
o Ciência Sem Fronteiras e as ações de combate à violência contra a
mulher e de simplificação da burocracia para os pequenos empreendedores.
"Vamos também executar uma nova carteira de obras de infraestrutura",
prometeu.
Ela ainda falou que não pode permitir que a "falsa versão" dos fatos.
"Nós temos que travar a batalha da comunicação. Temos que levar nossa
versão à opinião pública. Quando falarem que vamos mudar os direitos
trabalhistas, digam que não é verdade, que jamais iremos retirar
direitos. O nosso governo é dos trabalhadores", afirmou. Dilma também
afirmou que está trabalhando para garantir o fornecimento de energia
elétrica. "O povo votou em nós porque acredita em nós, em nossa
honestidade de propósitos", afirmou. A presidente disse que irá propor
ao Congresso alteração na lei para que o governo federal atue pela
segurança pública.
Quanto à corrupção, Dilma frisou que irá manter, "sem transigir um só
momento", o compromisso com o respeito ao dinheiro público, a autonomia
da Polícia Federal e com o respeito à independência do Ministério
Público. Sobre a Petrobras, a presidente disse que a estatal é a empresa
mais estratégica para o país. "A que mais contrata e investe no país",
destacou ela.
"Temos que ter orgulho da Petrobras. Não podemos aceitar que tentem
tornam a Petrobras vergonha do Brasil. Não podemos permitir que diminuam
a importância dela para o país e evitar que os fatos irregulares possam
voltar a ocorrer", afirmou Dilma, frisando que manterá o modelo de
partilha, a política de conteúdo nacional. "Vamos continuar acreditando
na mais brasileira das empresas", ressaltou. "Temos que fechar as portas
para a corrupção, mas não temos que fechar as portas para o
crescimento, o desenvolvimento e o emprego. Os pescadores de águas
turvas não vão acabar com o modelo de partilha e de conteúdo nacional",
afirmou.
"Diante da crise sempre tivemos força para reagir. Nós somos capazes
de reagir. Se a gente olhar para o futuro, vamos ver que nós temos uma
força imensa, que é a nossa capacidade de sermos firmes, corajosos,
eficazes diante do desafio e da dificuldade. Temos essa coragem política
que faz com que a gente não desanime diante dos desafios. Cada um de
nós deve agora colocar essa coragem política diante de si mesmo e dizer
que nós não podemos vacilar, nem ter medo. Se tiver erro, aqueles que
erraram que pague por eles. Mas temos que preservar a história deste
partido e dos governos meu e de Lula", complementou.
"Nós somos os melhores para vencer os desafios, porque escolhemos
sempre e principalmente diante da crise o lado dos trabalhadores e do
povo brasileiro. Quem tem um lado é sempre melhor. Temos lado e
competência e vamos fazer. Se existe um partido credenciado para
conduzir o Brasil num período difícil, sem revogar o direito dos
trabalhadores, é o PT", disse.
"Os que são inconformados com o resultado das urnas só tem medo de
uma coisa: eles têm medo da democracia. Nós temos força para enfrentar e
vencer os que buscar o retrocesso, para vencer o oportunismo e o
golpismo, inclusive de forma dissimulada, Vamos vencer aqueles que não
se conformam que os avanços sociais foram conquistados no nosso governo.
Estamos juntos para vencer aqueles que tentam forjar catástrofes e
querem aventuras", concluiu.
Do Brasil 247