É urgente mobilizar inteligências e forças que assegurem a preservação dos direitos e avanços sociais conquistados nos últimos 12 anos.
Saul Leblon/Carta Maior
A julgar pelo andar da carruagem, há a disposição manifesta de engatar o comboio da nação ao trem descarrilado de uma receita de arrocho, da qual a própria União Europeia tenta agora se livrar, talvez tardiamente.
A tragédia recente em Paris e as eleições gregas deste domingo constituem marcadores históricos desse percurso em direção ao impasse.
No Brasil, o consenso midiático que referenda o abismo como opção ao atoleiro é apenas mais um ingrediente do desatino à solta.
A interdição do debate desempenha aqui o papel de impedir que a sociedade avalie alternativas para construir democraticamente as linhas de passagem de uma inadiável repactuação de seu desenvolvimento.
Não há tempo para ilusões.
Ou se faz isso de forma negociada ou a lógica dos mercados conduzirá o país à recessão selvagem, com todos os seus complementos --dos conhecidos, no plano econômico, aos imponderáveis na esfera institucional.
Romper o interdito midiático é um requisito para o Brasil percorrer essa travessia à bordo da democracia e da justiça social.
Em um planeta açoitado por uma crise de demanda, salpicado de ressurgências fascistas, com o hálito gelado da deflação a soprar o cangote das principais economias ricas, o país - sem dúvida - precisa de ajustes para direcionar seu potencial de crescimento a um futuro feito de mais democracia, igualdade e cidadania.
Subordinado à temerária bússola do arrocho fiscal, porém, com cortes no investimento público, desmonte do pleno emprego e do mercado de massa, as chances de lograr esse desfecho são remotas.
Em todo o mundo sua contrapartida foi o aprofundamento do torniquete fiscal, a fragilização do investimento produtivo e o desmonte dos laços de coesão social.
O atoleiro descrito a seguir pelo prêmio Nobel, Joseph Stiglitz - um dos autores presentes neste Especial - refere-se à encruzilhada vivida hoje pela Europa.
A tragédia recente em Paris e as eleições gregas deste domingo constituem marcadores históricos desse percurso em direção ao impasse.
No Brasil, o consenso midiático que referenda o abismo como opção ao atoleiro é apenas mais um ingrediente do desatino à solta.
A interdição do debate desempenha aqui o papel de impedir que a sociedade avalie alternativas para construir democraticamente as linhas de passagem de uma inadiável repactuação de seu desenvolvimento.
Não há tempo para ilusões.
Ou se faz isso de forma negociada ou a lógica dos mercados conduzirá o país à recessão selvagem, com todos os seus complementos --dos conhecidos, no plano econômico, aos imponderáveis na esfera institucional.
Romper o interdito midiático é um requisito para o Brasil percorrer essa travessia à bordo da democracia e da justiça social.
Em um planeta açoitado por uma crise de demanda, salpicado de ressurgências fascistas, com o hálito gelado da deflação a soprar o cangote das principais economias ricas, o país - sem dúvida - precisa de ajustes para direcionar seu potencial de crescimento a um futuro feito de mais democracia, igualdade e cidadania.
Subordinado à temerária bússola do arrocho fiscal, porém, com cortes no investimento público, desmonte do pleno emprego e do mercado de massa, as chances de lograr esse desfecho são remotas.
Em todo o mundo sua contrapartida foi o aprofundamento do torniquete fiscal, a fragilização do investimento produtivo e o desmonte dos laços de coesão social.
O atoleiro descrito a seguir pelo prêmio Nobel, Joseph Stiglitz - um dos autores presentes neste Especial - refere-se à encruzilhada vivida hoje pela Europa.
Pode, premonitoriamente, servir ao ocaso do Brasil amanhã.
Mobilizar inteligências e forças que impeçam esse desfecho é o propósito desse Especial de Carta Maior.
Com a palavra, Stiglitz:
'A estagnação que testemunhamos em 2014 é feita pelo homem. É o resultado da atividade política, e de políticas econômicas em várias grandes economias - política e políticas que sufocaram a demanda. E na ausência dela, os investimentos e os empregos não vão se materializar. É simples assim'.