O dia 10 de dezembro de 2014 vai ficar marcado na história do Maranhão como o dia do coroamento de um ato de covardia na política.
Trata-se de uma quarta-feira que começou não hoje, mas no dia 4 de abril de 2014 quando, diante de um cenário favorável para se eleger senadora e de, possivelmente, emplacar seu sucessor, se assim quisesse, Roseana Sarney preferiu fincar os pés no mesmo “Leões”, que hoje abandonou de forma vexatória e desgastante, apesar das pomposas imagens oficiais.
Mesmo com as adversidades, com a crise no sistema penitenciário, algumas deficiências de gestão, mas com algumas obras e outros fatos que poderiam ser trabalhado politicamente, havia cenários de possibilidades de o grupo Sarney vencer as eleições.
Nem o mais otimista dos oposicionistas dava como certa, naquele momento, a vitória de Flávio Dino. E não o fazia simplesmente por conhecer o poder dos Leões e as cartas nas mangas que o grupo Sarney sempre teve para ganhar eleição. Bastava seguir algumas orientações que nem tudo estava perdido.
Porém, indiferente ao desejo de mais de 180 prefeitos, de mais de 30 deputados estaduais e de outros federais e de dezenas de partidos, Roseana preferiu deixar o grupo a “deus dará”. Não teve a mínima consideração com aliados antigos que, mesmo descrentes em certos momentos, não estavam dispostos a jogar a toalha.
Roseana, de fato, preferiu amarelar. Com interesses outros – não se sabe quais, preferiu ficar até quase a última gota e dizer um “tô nem aí” para todos do seu grupo que jamais sonhavam com um fim tão trágico.
Ao abdicar dos “Leões”, desde a sexta-feira de 4 de abril, Roseana Sarney empurrou escada abaixo não somente seu pai, mãe, marido, filha, neta, genro, periquito e papagaio, mas um grande grupo político disposto a tudo, até então.
Hoje, no entanto, uma coisa é certa: ninguém desse grupo estará disposto a se reinventar com uma líder covarde e norteada politicamente apenas por seus interesses pessoais.
Fonte: Gazeta da Ilha