Os deputados estaduais Arnaldo Melo (PMDB) e Marcelo Tavares (PSB) protagonizaram, na tarde desta segunda-feira, um debate acalorado sobre os dois projetos que tramitam na Assembleia Legislativa do Maranhão. Ambos tratam da realização – ou não – de eleição indireta para governador em caso da renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) antes do final do mandato.
De olho na cadeira do Palácio dos Leões, o presidente da Assembleia Legislativa revelou que a filha de José Sarney (PMDB) deixará o governo antes do dia 31 de dezembro. “Ela falou isso comigo há meses antes até da eleição, que ela precisava sair e agora me comunicou que pretende realmente deixar o governo no dia 5 de dezembro por questões pessoais, inclusive, e até para tratamento de saúde”, afirmou.
Confirmando a intenção de assumir o comando do executivo estadual no lugar de Roseana, Arnaldo disparou: “Não abdicarei do direito constitucional que diz quando vago o cargo de governador e vice assume o presidente do poder legislativo”. Ele, no entanto, negou estar de olho na mamata da aposentadoria vitalícia de ex-governador do Maranhão. “Estão queimando a minha imagem. Não direi a vocês que se um benefício desses ocorrer eu não aceitarei, mas eu tenho convicção de que isso não será possível. Para se ter direito à aposentadoria como governador, só com 6 meses efetivos”.
Marcelo Tavares defendeu a ascensão natural de Arnaldo Melo para suceder a governadora, porém, criticou as manobras e casuísmos criados por governistas para conduzi-lo ao cargo. “O que nós não queremos é esse ambiente aqui de projeto de lei, de emenda constitucional que a base do governo é que fez e não fomos nós não. O que todos nós não aceitávamos era mudar a Constituição”, disse o futuro chefe da Casa Civil do governo Flávio Dino (PCdoB).
A deputada estadual Cleide Coutinho (PSB) também questionou as movimentações da base governista em torno da renúncia da governadora. “Ela merecia sim, entregar o mandato como todo mundo, democraticamente. E está um corre, corre aqui dentro como se todo mundo quisesse ficar livre dela ou que todo mundo quer que ela saia. Ela tem ainda, apesar de tudo, uma história política importante. Mas é estranho esse corre, corre. Essa vontade que o pessoal tem de vê-la pelas costas. Lamento muito”, concluiu a parlamentar.
Do Marrapá