Qualquer emprego hoje exige que o candidato faça um teste para saber se está apto. Se o emprego for público, então a exigência sobe e muito. Concursos públicos são concorridos porque, hoje em dia, as vantagens são muito grandes. Vi uma reportagem sobre o concurso para gari de uma prefeitura do interior de São Paulo e observei que vários candidatos tinham curso superior. No seu ministério terreno, Jesus escolheu alguns entre seus discípulos para que andassem com ele e aprendessem. Este grupo recebeu o título de “apóstolos” que significa “os enviados”. Quando começou a escolher, fez um teste com eles. No texto de Lucas 5.1-11, temos o teste com os primeiros apóstolos. Por ser grande, dividi o texto em duas partes e hoje estudaremos o texto de Lucas 5.1-7. O interessante é que este teste serve para qualquer pessoa que queira ser discípulo de Jesus. Analise sua vida e veja se está apto para este discipulado.
Jesus estava na cidade de Cafarnaum, na praia do lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia (v. 1). Ele começou a ensinar e foi ajuntando gente, e mais gente, e uma grande multidão começou a se comprimir ao seu redor. A multidão queria ouvir a palavra de Deus que ele proferia. Chegou um momento que Jesus percebeu que, daquele jeito, não ia dar para continuar. Procurou uma saída. Viu ao lado, a pouca distância dali, que dois barcos, utilizados para pesca, estavam parados na praia (v. 2). Os pescadores estavam lavando as redes. Isto significava que já tinham terminado o seu trabalho. Lavar as redes era a última parte para deixar tudo preparado para o trabalho do dia seguinte. Deu também para perceber que voltaram sem peixe. A pescaria fora um fracasso! Jesus entrou em um dos barcos, que pertencia a Simão, e pediu-lhe que afastasse o barco um pouco da praia e ficasse de frente para a multidão (v. 3). Simão aceitou, chamou os companheiros e levou seu barco com Jesus. Viu Jesus assentar-se e ensinar a multidão. Terminado o ensino, Jesus diz a Simão que volte para onde as águas eram mais profundas e dá a todos os pescadores no barco a ordem para que lancem as redes de novo para a pesca (v. 4). Neste momento, Simão conversa com ele (v. 5). Trata-o com respeito, chama-o de comandante, mas deixa claro que eles trabalharam a noite inteira (melhor hora para a pescaria) e nada pegaram, embora fossem peritos naquele tipo de trabalho.
Simão confessa a falência do trabalho humano, mesmo dos peritos. Simão começa a se dar bem no seu teste de discipulado: percebe que o homem, por si só, não consegue produzir nada que agrade a Deus. Todo discipulado de Jesus começa com o sentimento de insatisfação do discípulo em relação à sua vida. Quem está muito satisfeito com o seu jeito de ser nunca será discípulo de Jesus. Mas Simão decide obedecer à palavra de Jesus (v. 5), diz claramente: “mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”. Simão não confiou em sua experiência, mas decidiu obedecer apenas a palavra de Jesus. Não procurou qualquer outra garantia. Apenas a palavra. Aquele que quer ser discípulo de Jesus deve crer em sua palavra, responder com fé ao que ele disse. Não dá para ser discípulo e, além da palavra, querer que haja uma cura, um grande ganho financeiro, a conquista amorosa de alguém para então, decidir crer em Jesus. Simão e seus companheiros pescaram tanto peixe que não cabia mais no barco e fizeram sinais para que outro barco que estava na praia viesse ajudá-los (v. 6,7). O outro barco veio e os dois ficaram abarrotados de peixe a tal ponto que quase afundavam. A palavra de Jesus produz colheita farta.
Há lutas e dificuldades no discipulado de Jesus. Não é fácil. Mas, também é verdade que o discípulo terá uma vida farta da presença de Jesus, da alegria de viver, de companheirismo com os demais discípulos, do suprimento de todas as suas necessidades e de vida eterna. A vitória pertence a quem se torna discípulo de Jesus.