‘Não vou descansar’, diz pai de advogado morto após festa

Jornal Pequeno

O pai do advogado morto a facadas após a festa de eleição de um senador em São Luís, Rubem Soares, garantiu, em entrevista emocionada concedida à Rádio Mirante AM nessa quarta-feira (8), que não vai descansar enquanto não for feita Justiça pela morte do filho.
Brunno com o irmão Alexandre e o pai Rubem. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Existe uma pessoa que já foi detida e essa pessoa é apenas uma das duas pessoas ou, talvez, três, nós não temos certeza, que cometeram o assassinato. Eu não vou citar nomes porque eu não tenho esse direito. Nós já sabemos quem foi a pessoa e eu não vou descansar, pelo resto da minha vida, enquanto essa justiça não for feita”, avisou.

Brunno Eduardo Soares Matos, de 29 anos, foi assassinado a facadas após a festa de comemoração do senador eleito Roberto Rocha (PSB), realizada no bairro do Olho d’Água, em São Luís, na madrugada de segunda-feira (6). O irmão dele, Alexandre Soares Matos, 25, e o amigo Kelvin Chiang, 26, ficaram gravemente feridos e estão internados em um hospital particular da capital maranhense. O suspeito, identificado como Carlos Humberto Marão Filho, 38, está preso.

Rubem contou que Alexandre passou por cirurgia, está em recuperação e já sabe da morte do irmão. “Ele teve quase a metade do intestino subtraído e vai passar por momentos difíceis. Ele continua ainda na UTI, depois ele vai para uma semi-intensiva, depois ele vai ficar em casa pelo menos por quatro a seis meses, sem nenhuma atividade. Nesse momento, eu poderia, e Deus me livrou, estar com dois filhos mortos”, disse.

O pai revelou que falou com Brunno pela última vez uma hora antes do assassinato e lembrou que o filho estava feliz. “Meu filho estava feliz. Eu falei com ele uma hora antes dele ser assassinado e ele tava sóbrio, tranquilo e disse: ‘pai, não se preocupe, eu não vou demorar’, para nunca mais voltar. Os pais, eu tenho certeza, de que têm pelo menos noção do que passa no coração de quem perde o filho, principalmente dessa forma”, relembrou.

Segundo a polícia, a conclusão do inquérito está prevista para a próxima semana. Nessa quarta-feira, uma testemunha que aparece nas imagens de câmeras de segurança de residências vizinhas ao local do crime, não compareceu para prestar depoimento. Outras três pessoas estão sendo investigadas: dois caseiros de casas próximas e um estudante, que seria sobrinho do suspeito preso.

“Quero fazer um apelo às autoridades competentes que não deixem que esse seja mais um crime brutal que passe impune. Não houve briga, não houve confronto, houve uma covardia. A gente tá destroçado. É brutal”, concluiu.