Folha de São Paulo
A presidente Dilma Rousseff prepara uma ofensiva no Nordeste nesta semana para ampliar a vantagem sobre Aécio Neves (PSDB) na região. Para os próximos dias foram acertadas pelo comitê petista viagens ao Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas.
A presença do ex-presidente Lula está prevista no périplo, mas o comitê ainda não obteve confirmação sobre quais agendas ele participará.
O PT tenta acertar na Paraíba o apoio no palanque do atual governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), que disputa o governo estadual com senador Cássio Cunha Lima (PSDB). No primeiro turno, no entanto, Coutinho apoiou Marina Silva, que deve declarar apoio ao presidenciável tucano.
Coordenadores da campanha de Dilma afirmam que obtiveram sinalizações de que o candidato do PSB na Paraíba pode apoiar a petista.
A pedido de Dilma, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) conversou nesta segunda com o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) em busca de apoio a Coutinho.
Vital foi derrotado na disputa estadual e ficou fora do segundo turno. Ele sinalizou que pode apoiar Coutinho em aliança com Dilma Rousseff desde que sejam acertadas algumas questões locais. O senador quer ter uma participação efetiva na eleição, sendo um dos coordenadores da campanha de Dilma na Paraíba.
Em reuniões nesta segunda-feira (6), petistas traçaram como objetivo forçar uma vitória de cerca de 75% dos votos válidos no Nordeste. Isto porque avaliam que em São Paulo será difícil reverter o voto "anti-PT". Ainda não foi definida uma estratégia específica para São Paulo.
Além do Nordeste, Dilma tem eventos marcados nesta semana em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais e São Paulo, no fim de semana.
PILAR DE DILMA
Principal pilar dos votos pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, a região Nordeste não passa pela retração econômica atacada pelos candidatos oposicionistas.
Segundo cálculos do Banco Central, a economia nordestina cresceu 2,55% no segundo trimestre do ano, na comparação com o primeiro -que já havia mostrado expansão de 2,12%.
São taxas sem paralelo no restante do país. Nenhuma das demais regiões obteve dois trimestres consecutivos de alta, e as taxas, mesmo quando positivas, foram bem mais modestas.