Por Elias Muniz de Deus
Ora o benefício advindo da morte de Cristo é
podermos escapar da condenação da nossa própria morte, mas se o caminho da cruz
leva inexoravelmente à morte natural, então! Como se irá conciliar a aparente discrepância
entre o sacrifício crístico, incisivamente pregado pela igreja, e a facticidade
humana quanto à interrupção inarredável da vida a que estamos sujeitos? Seria desesperador se de fato existisse algum
resquício de falsidade nas afirmações de Jesus – “... e todo aquele que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3,15). Se estas palavras fossem
somente uma afirmação da minha experiência pessoal, em si mesmas se esvaziariam,
pois nelas não haveria suficiência de garantias para satisfazer completamente, a
ansiedade de quem sinceramente acredita e espera anelante que os escritos
bíblicos, registrados desde os tempos mais antigos se cumpram, bem, como as
promessas neles contidas se realizem.
Assim deste modo, somos impelidos a
crer humanamente desconfiando: Pois se houve substituição, então;
afirmativamente, nós fomos poupados da cruz, ela não mais nos pertence, e se a
morte de Cristo nos substituiu, também ficamos livres para viver e não morrer,
entretanto, nós continuamos submetidos à tirania da cruz, e todos continuam
morrendo. Em sendo esta a realidade a que estamos confinados, então! Já não se
configuraria eficiente à verdade da pregação evangélica como a ouvimos, e há
quem assim ensina entre nós, como também o fizeram nos tempos do apóstolo
Paulo, e isso faz com que o grau da desconfiança admitida se torne o elemento
único de equilíbrio racional possível no que tange a fé que recebemos, apenas
pelo ouvir, contra o peso da cruz que prevalece sobre todos os argumentos
apresentados até aqui. Ou seja: No que pesa a parte onerosa da cruz, no sentido
da sua realidade imanente, a mesma cruz já não se contextualizaria mais com a
realidade cristã da presente geração, visto convivermos hoje com doutrinas
espúrias escandalosamente profanas e nem por isso confrontadas com veemência
pelos que se declaram cristãos em sua maioria, digo isto considerando válidos
integralmente os cânones sagrados que nos possibilitaram acesso irrestrito aos
mistérios revelados pelo Espirito Santo aos profetas, e confirmados
sistematicamente nos ensinos e vida de Jesus. Sim, tal incompatibilidade é
notória principalmente pelo cinismo com que inescrupulosos aproveitadores
proliferam em todo o mundo estabelecendo balcões de negócios e oportunidades
abençoadas, para quantos queira fazer sacrifícios em benefício próprio, isto é:
pagar pelo ouro, pelo leite e mel da terra prometida sem por ela lutar.
Não bastando à meretriz, embriagada
com o sangue dos cristãos, haver criado esta utopia de mercado do céu, também
outras prostitutas se levantaram e disputam com a mais velha os mesmos espaços,
a mesma sede de poder e os mesmos balcões de venda das quinquilharias
religiosas como; milagres, prosperidade, desempenho sexual, e também romarias
para a terra santa, e nisto tudo; há uma lógica de botequim, dizem eles: “É
melhor tirar do incauto tudo que ele tem em nome de Deus, do que permitir que
ele mesmo perca tudo para o Diabo sem proveito para ninguém”. Estou me
referindo propositadamente a tudo que é mostrado apelativamente às pessoas como
mensagem evangélica e que de evangelho nada tem (nem de boas novas), tudo
aquilo que gira exclusivamente em torno do dinheiro carimbado com o nome de
Deus, e que na verdade dele Deus jamais cuidou receber, algo assim tipo aqueles
cambistas que Jesus expulsou do templo, contudo eles voltaram e em número
maior, é o que percebemos. Mas isso é tudo? – Não ainda; fora deste feirão, do
outro lado da estrada larga e principal, também vamos encontrar muita gente que
se diz cristã se confundindo com as mudanças comportamentais que estão se
processando no mundo religioso, assim como, nas convenções sociais tornadas
aceitas e legalizadas muito recentemente, coisas que no liberalismo moral e
relativismo conceitual legitimariam Leibniz - para afirmar que de fato estamos
mesmo no "melhor dos mundos possíveis." E neste admirável momento de
evolução da mente, e do progresso da ciência e liberdade de pensamento,
considerando tudo que veio para facilitar e melhorar, dado a rapidez com que se
processam fatos e informações, cada vez mais e sem perceber as pessoas estão
sendo suprimidas de suas vidas "humanas" para assumirem simulacros de
vida mecânica, quase máquinas telecomandadas pelo simples plim, plim da TV. Seria
uma espécie de transmigração da alma da maquina para o homem, de tal modo que o
mesmo se torne inviável para pensar ou arbitrar qualquer coisa ao seu redor e
nem de si mesmo.
Dentro desta perspectiva gostaria de
examinar apenas um dentre os muitos casos que sabemos e que estão se
desenrolando diante dos nossos olhos. A saber: As calorosas discussões sobre o
casamento e beijo gay, vimos também nos primeiros 90 dias 2014, se repetir a marca
do famoso BIG BROTHER dentro das nossas casas, este entretenimento maligno já de
longas datas tem privilegiado a exibição de participantes que se declaram gays,
e que aproveitam os holofotes para fazer apologia em defesa de suas
preferências sexuais; caso do J. Charles e da última vencedora do certame.
Atualmente as fofocas de revistas e comentários informais se ocupam com o
futuro de duas mulheres gays da atual novela da poderosa platinada. Bom! Alguém
deve estar achando que adentro por falta de assunto ao papo homo fóbico. Não o
farei, mas também não deixarei de mencionar que o assunto está na agenda de
todo mundo, inclusive na do Papa Francisco, que em pronunciamento recente
deixou nas entrelinhas que a sua igreja católica deve considerar a questão gay,
olhando para a conjuntura do presente e preocupada com o futuro. Também não se
diminuirá as declarações de um pastor brasileiro, muito conhecido e midiático, que
em entrevista exibida pela TV Bandeirantes, em um programa sem muita credibilidade,
ele fez declarações escancaradas e inoportunas sobre o mesmo tema, deixando
transparecer a sua aprovação quanto à ordenança de pastores gays entre
Anglicanos e também na Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Mas para não
deixar a questão em aberto, abro mão de todas as prerrogativas de condenações
previstas no Velho Testamento para me deter apenas na síntese (ou súmula
vinculante), contida em Romanos 1. 24 a 32. Destacando as seguintes frases
sobre a homossexualidade na conformidade do texto; 01. “Deus os abandonou às
suas paixões infames”, 02. “Mudaram o uso natural, no contrário a natureza”, 03.
“Os homens deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade
uns para com os outros cometendo torpezas”, 04. “Deus os entregou a um
sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém”, 05. “São dignos de
morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também consentem
aos que as fazem”.
Quero lhes dizer que este assunto tem
tudo a ver com as condições já aqui exaradas, seguir a cristo é assumir todas
as negações de si mesmo, é verdadeiramente se submeter ao peso da morte na
cruz, a morte da velha criatura do pecado para a ressurreição do novo homem
gerado do Espírito Santo. Quanto a prevalecer o que estamos assistindo mundo
afora a respeito do que foi dito, então será melhor rasgar todas as páginas da
Bíblia que condenam os que tais coisas praticam, tanto aos cambistas do templo
quanto aos que desonram os seus corpos inflamados de torpezas homo afetivos.
“Então,
disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
NEGUE, tome a sua CRUZ e SIGA-ME” (Mt. 16 24). A vida que nos é assegurada na
pessoa de Jesus Cristo, não é a continuidade desta vida que conhecemos já
carcomida pelo pecado, A vida que agora divisamos pela sua ressureição é a vida
que ele tem em si mesmo e que nela nos há de introduzir no poder da sua vinda.
Quando nos ressuscitará e transformará os nossos corpos mortais em imortais e
incorruptíveis semelhante ao seu próprio corpo celestial.
“Daí que todo homem precisa agora conhecer a Deus,
examinando o que Ele mesmo fala de si em sua própria palavra, a Bíblia.”
ELIAS MUNIZ DE DEUS
Acadêmico de Teologia FAEPI
E membro da ICE PENIEL em Teresina (PI)