Estádios da Copa 2014 são primeiros no mundo a conseguir certificação ambiental internacional
Rio de Janeiro (7 de julho de 2014) – O Mineirão, em Belo Horizonte, onde Brasil e Alemanha disputam a semifinal da Copa do Mundo da FIFA 2014, na terça-feira, é o primeiro estádio do Brasil a receber o selo LEED Platinum, grau máximo de certificação internacional em sustentabilidade.
A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 é a primeira da história dos Mundiais a ter estádios com certificação internacional de construção sustentável. Além do Mineirão, o Maracanã e as arenas Amazônia, Pernambuco, Fonte Nova e Castelão já conquistaram o selo LEED, utilizado em mais de 140 países para atestar as chamadas construções “verdes”, projetadas para reduzir o impacto sobre o meio ambiente.
O Mineirão é o segundo estádio do mundo a receber o selo LEED Platinum. Antes dele, só o estádio Apogee, da Universidade do Norte do Texas, nos Estados Unidos, havia obtido certificação deste nível. O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, e as arenas Pernambuco, em Recife, e Fonte Nova, em Salvador, receberam o selo prata - que atesta grau de sustentabilidade superior à certificação básica, conferida ao Castelão, em Fortaleza, e à arena da Amazônia, em Manaus. Os outros seis estádios da Copa de 2014 já estão em processo de certificação.
"A certificação do Mineirão com o LEED Platinum é o reconhecimento dos esforços de todas as instâncias governamentais e de todos os envolvidos na preparação do Brasil para a Copa do Mundo”, destaca o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
A certificação de estádios e arenas da Copa do Mundo no Brasil foi uma iniciativa voluntária do Governo Federal, que condicionou o financiamento de reformas e construção de arenas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à busca de uma certificação ambiental reconhecida internacionalmente.
“Esta é a primeira Copa do Mundo com estádios certificados LEED, ferramenta destacada por mensurar práticas de construção sustentável desde a fase de concepção de projeto, construção e início de operações”, afirma o Diretor do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Felipe Faria.
Pelo ranking da GBC Brasil, divulgado agora esta semana, o Brasil já é o segundo país com maior número de edificações esportivas com certificação LEED no mundo. Segundo a instituição, o País possui seis edificações com o selo. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com 80 unidades certificadas, enquanto China e Austrália aparecem empatadas em terceiro lugar com um projeto certificado cada.
Algumas medidas são comuns a todas as arenas que obtiveram o selo de sustentabilidade, tais como o aproveitamento do entulho decorrente da demolição dos estádios e o reaproveitamento da água da chuva para uso da irrigação do gramado, limpeza e banheiros. Todas as arenas possuem também um sistema da iluminação eficiente para ganhos em economia de energia, uso de torneiras inteligentes e de vasos sanitários com menor consumo de água, além de pontos de coleta seletiva de resíduos.
Outra grande novidade é a instalação de usinas solares, que já estão em funcionamento no Maracanã, Mineirão e na Arena Pernambuco, reduzindo assim o consumo de energia convencional. Parte da eletricidade gerada por essas usinas será destinada à rede local, de forma que a energia seja usada pelas arenas apenas quando necessário, em dias de jogos e realização de eventos, por exemplo.
Os principais objetivos das ações de sustentabilidade adotadas são a redução do custo médio de manutenção dos estádios e a mitigação das emissões, de acordo com o Coordenador da Agenda de Sustentabilidade da Copa do Ministério do Esporte, Cláudio Langone. Nos novos estádios, segundo ele, a média de redução das emissões é de 30% em toda a cadeia, desde o processo de construção e reforma à operação das arenas após a Copa do Mundo.
Confira os destaques das práticas de sustentabilidade adotadas pelas arenas que já obtiveram o selo de sustentabilidade internacional:
Mineirão:
Reaproveitamento dos entulhos provenientes da obra;
Reaproveitamento da água da chuva em reservatório de cerca de 6 mil metros cúbicos;
6.000 painéis fotovoltaicos na cobertura para geração de energia solar;
Sistemas de válvulas de descargas e torneiras com fechamento automático;
Iluminação de alta eficiência com baixo consumo e sistema elétrico inteligente JA;
Sistema de coleta seletiva de lixo e armazenamento de resíduos sólidos;
Uso de madeira com selo de manejo florestal.
Arena Pernambuco:
Usina solar com 3.652 painéis solares fotovoltaicos, que gera 126,480 kWh por mês e supre 30% da demanda de energia do estádio;
Cobertura e fechamento lateral do estádio que possibilitam a utilização de água da chuva;
Uso de 24% de insumos reciclados durante a obra, com destaque para o aço e o cimento.
Maracanã:
Placas fotovoltaicas na superfície que cobre as arquibancadas, de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, com capacidade de geração de 400 mil kW/h por ano, que supre 9% da energia necessária para o funcionamento do estádio;
Dispositivos que permitem economia de água e um sistema de captação de chuva na cobertura que reduziu o uso de água potável em 50% e de água em geral em 40%;
Parceria com a Recicla Rio, rede formada por cinco cooperativas de catadores da Zona Norte da cidade, que permite o reaproveitamento de sete toneladas por mês de materiais recicláveis.
Arena da Amazônia:
Cobertura que capta água das chuvas para irrigação automatizada do campo;
Cobertura translúcida que permite maior passagem de luz, diminuindo o uso de energia artificial;
Membrana do “teto” que reflete até 75% dos raios solares, diminuindo a temperatura no local e a necessidade do uso de refrigeração;
Aproveitamento de 95% do material da demolição.
Arena Fonte Nova:
Reutilização de 100% do concreto da antiga Fonte Nova;
Cobertura que capta água da chuva para reuso;
Brises da fachada que proporcionam ventilação e iluminação natural e protegem o estádio da radiação solar excessiva;
Sistema de cobertura com alto índice de refletância solar, que evita o efeito “ilha de calor” e não bloqueia totalmente a luz solar;
Destinação de cerca de 90% dos resíduos gerados.
Arena do Castelão:
Reaproveitamento de estruturas já existentes;
Utilização de louças sanitárias com menor consumo de água e descargas a vácuo, que contribuem para a redução do consumo;
Coleta, separação e destinação dos resíduos sólidos. Até o início de junho já haviam sido coletadas 67.550 toneladas.
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