Dirigente do PT afirma que Washington terá dificuldade em se explicar, caso aceite vaga para o TCE


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Renato Simões da Militância Socialista do PT
Em entrevista ao Marrapá na noite desta quinta-feira (07), o deputado federal e candidato à presidente nacional do Partido Trabalhadores, Renato Simões, avaliou o Governo Roseana como o “atraso político”, falou sobre o PED e as disputas no Maranhão, defendendo as alianças com partidos da esquerda progressista e o nome de Flávio Dino como a melhor alternativa para o povo do Maranhão.
Veja:
Marrapá: Qual a avaliação que você faz do Governo Roseana Sarney, do qual o PT faz parte?
Renato Simões: É um governo do atraso político que mantém as estruturas tradicionais da exclusão social, por tanto, um governo que não tem nenhuma sintonia com o nosso projeto nacional.
Marrapá: O PT faz parte do Governo Roseana Sarney por obra de uma decisão nacional que anulou uma decisão estadual. O que você pensa sobre esse tipo de interferência que derruba decisões regionais?
Renato Simões: Eu discordo profundamente, apresentamos no IV Congresso do partido, uma proposta para que, dentro de regras nacionais, os estados tenham autonomia de decisão. Voltaremos a defender isso no quinto Congresso e esperamos evitar intervenções dessa natureza novamente no Maranhão ou em qualquer outro Estado do Brasil.
Marrapá: Quem você considera, dentre os partidos políticos, os maiores inimigos das bandeiras de luta do Partido dos Trabalhadores, defendidas por tendências que ainda conseguem resistir?
Renato Simões: Bom, os grandes adversários nacionais do PT são o PSDB, PPS e o DEM, o núcleo duro da oposição neoliberal. Secundariamente nós temos, dentro da base aliada, partidos conservadores que tem obstaculizado avanços sociais maiores, entre eles o PMDB, o PP e outros partidos que tem votado sistematicamente contra as reformas democráticas e populares.
Marrapá: E o maior responsável por todos os problemas e péssimos índices sociais e econômicos do Maranhão?
Renato Simões: Evidente que um estado que é sugado por uma oligarquia tão longeva quanto a do Sarney no Maranhão, perde o bonde da história, de modo que é preciso derrotar a oligarquia para que o Estado do Maranhão se liberte e possa caminhar junto com Brasil pelas transformações pelas quais nós passamos.
Marrapá: Sobre a governadora oferecer o TCE ao vice-governador, Washington Oliveira, e a possibilidade da presidente Dilma Rousseff de apoiar o presidente da EMBRATUR, Flávio Dino, para o Palácio dos Leões e Roseana Sarney para o Senado. Estas duas situações podem ser uma estratégia dos ditos “lulistas” para “acender uma vela para Deus e outra para o Diabo”?
Renato Simões: Eu acredito, em primeiro lugar, que a imagem do PT só fica prejudicada com negociações de cargos em função de determinadas decisões que agradem a família Sarney. Lamento profundamente caso se concretize essa troca de posições de políticas no TCE, ao mesmo tempo penso que o PT não pode fugir do seu destino no Maranhão. A candidatura que melhor representa os interesses do povo no Maranhão, e o melhor palanque pra presidente Dilma no estado, é a do Flávio Dino. Por isso, não acredito que seja outra, a decisão do nacional, se não a de apoiar Flávio Dino para governador.
Marrapá: Washington não parece muito animado para ir para o TCE, comentários dizem que ele – inclusive – tentou emplacar a filha para o cargo. Qual a leitura que você faz disso?
Renato Simões: Acredito que o vice-governador terá uma enorme dificuldade de explicar para os petistas que nele acreditaram porque ele não assumirá o governo do Estado caso a governadora Roseana se licencie. Afinal de contas, a sua campanha no PED é totalmente voltada para o convencimento dos diretórios e dos filiados e filiadas de que, com ele no governo, o PT viverá melhores dias. Não acredito que o vice-governador tenha coragem de contrariar esse discurso e aceitar a vaga no TCE.
Marrapá: Em relação a postura do Henrique, que até recentemente era aliado do vice-governador, você tem confiança que ele vai permanecer com a decisão de não se aliar a governadora e não se render aos encantos da oligarquia novamente?
Renato Simões: Eu acredito que há um esgotamento dessa política e o mérito do companheiro Henrique foi ter se mostrado disponível a entender esse novo momento. Nós esperamos e acreditamos que os compromissos que ele tenha assumido serão mantidos e, por isso, nós temos uma expectativa de que ele cumpra um papel fundamental nesse PED para deslocar setores que foram, equivocadamente, mobilizados em favor da aliança com os Sarneys no PED anterior.
Marrapá: Já em relação as eleições de 2014, comentários acusam Washington de subir em palanques com o pré-candidato da oligarquia e secretário de infraestrutura do MA, Luís Fernando Silva, pelo interior do Estado e apresentá-lo como candidato do PT a sucessão do Palácio dos Leões. O que você tem a dizer dessas afirmações do vice?
Renato Simões: Eu acho que o vice-governador pode, legitimamente, postular qualquer posição no interior do PT. O que importa nesse momento é a batalha que nós estamos travando para impedir que o PT seja arrastado novamente, pela estratégia equivocada do vice-governador, para o colo da oligarquia Sarney. A partir daí, o PT recuperará sua autonomia, sua condição de fazer política de forma soberana e definirá, portanto, o melhor rumo. Eu acredito que o melhor rumo para o PT é compor com as forças progressistas, contrárias à oligarquia e em apoio a candidatura de Flávio Dino para Governo do Estado.
Marrapá: E se você fosse eleitor Maranhense, em quem você confiaria seu voto para dirigentes do PT e, caso você ganhe o PED, qual o nome que você defende para governador do Estado nas eleições de 2014?
Renato Simões: Se eu fosse eleitor maranhense eu elegeria Paulo Serra presidente do PT municipal de São Luís, Augusto Lobato presidente do diretório estadual do Maranhão, e votaria, no encontro do PT à favor da coligação com Flávio Dino para governador.
Do Marrapá