História dos bebês decapitados era fake news e nem Israel confirma a mentira


247 - Uma autoridade do exército de Israel desmentiu as alegações de que o grupo islâmico palestino Hamas teria decapitado 40 bebês israelenses durante os recentes ataques na região. As acusações, disseminadas por grupos de extrema direita, parlamentares brasileiros e jornalistas tidos como sérios, causaram grande repercussão nas redes sociais ao longo desta semana.

"Houve casos de militantes do Hamas realizando decapitações e outras atrocidades no estilo do Estado Islâmico. No entanto, não podemos confirmar se as vítimas eram homens ou mulheres, soldados ou civis, adultos ou crianças", disse um oficial de Israel à CNN.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em uma aparição ao lado do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também sugeriu que pessoas haviam sido decapitadas pelo grupo Hamas. No entanto, ele não especificou se as vítimas eram bebês ou adultos. Até mesmo o presidente estadunidense, Joe Biden, alegou ter visto supostas "imagens confirmadas" do assassinato de crianças israelenses pelo Hamas.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter), o jornalista Pedro Doria foi um dos representantes da mídia brasileira a endossar a fake news e afirmar que o Hamas cortou a cabeça de crianças.

O contexto da divulgação dessas informações falsas ocorre em meio a uma escalada de violência entre Israel e o Hamas, que começou com ataques-surpresa no último sábado. Até o momento, as estatísticas oficiais indicam que ao menos 1.354 pessoas foram mortas e outras 6.049 ficaram feridas na Faixa de Gaza, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde palestino. O conflito também gerou uma crise humanitária na região, com mais de 330 mil pessoas se deslocando em Gaza desde o início dos bombardeios israelenses, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Por sua vez, autoridades de Israel relatam a morte de pelo menos 1.200 pessoas e milhares de feridos nos ataques-surpresa do Hamas.