O coordenador do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia destaca fatores de risco e orienta para a prevenção
Considerando somente os cânceres na tireoide, cavidade oral e laringe são estimados quase 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil em 2023, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Entre a população, as mulheres são mais afetadas pelo câncer na tireoide. Já os homens têm maior incidência do câncer de boca.
O coordenador do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF), Dr. Carlos Takahiro Chone, explica que nem sempre o câncer de cabeça e pescoço demonstra sintomas em sua fase inicial.
“De forma geral, o diagnóstico é tardio. A cada quatro novos casos, três estão em fase avançada e cerca de 50% resulta em óbito. Isso ocorre porque o paciente não sente nada no início. Quando a doença está em estágio muito avançado, ele geralmente apresenta dor e outros incômodos, o que o motiva a procurar atendimento” explica Dr. Carlos.
De acordo com o especialista, se identificado no começo, o câncer de cabeça e pescoço tem chance de cura em cerca de 90% dos casos. Por isso ele orienta ficar atento a sinais como: ferida no rosto ou na boca que não cicatriza, mancha avermelhada ou esbranquiçada na boca, mau hálito frequente, dentes moles, dor na arcada dentária, rouquidão persistente ou alteração na voz, irritação ou dor na garganta, dificuldade ou dor para mastigar ou engolir, caroço no pescoço, sangramento ou secreção constante pelo nariz, dores na cabeça e tosse recorrentes, dor no ouvido ou dificuldade de escutar.
O especialista ainda alerta que se os sintomas permanecerem por mais de 15 dias, deve-se procurar um médico para investigação e, dependendo do caso, um dentista também pode auxiliar no diagnóstico de lesões na boca.
Fatores de risco
Existem vários fatores que podem aumentar a predisposição de desenvolver câncer de cabeça e pescoço. O especialista da ABORL-CCF destaca os principais:
● Fumar
● Ingerir álcool em excesso
● Má higiene bucal
● Consumo frequente de bebidas muito quentes, como o chimarrão/mate
● Exposição excessiva ao sol, sem a proteção adequada
● Exposição a certos produtos químicos no ambiente de trabalho, como poeira de madeira, poeira têxtil, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno e produtos radioativos.
● Infecções virais como o vírus Epstein-Barr (EBV), que pode causar mononucleose infecciosa, e o vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral).
“O tabagismo eleva significativamente o risco de desenvolvimento de tumores na laringe. Se a pessoa fuma, é importante uma avaliação constante e mais cuidadosa e, caso alguma lesão seja identificada, uma biópsia poderá ser realizada com anestesia local,” explica Dr. Carlos.
Prevenção
Evitar os fatores de risco e cultivar hábitos saudáveis, como se exercitar regularmente, manter a boa hidratação e ter uma alimentação balanceada, priorizando alimentos naturais, podem ajudar na prevenção de câncer, segundo estudos científicos.
Dr. Carlos também orienta que fazer autoexames pode ajudar na detecção precoce. Realizar a palpação da face e do pescoço em busca de nódulos ou caroços, olhar mais atentamente a cavidade oral e a pele na tentativa de identificar lesões são cuidados que devem estar presentes no dia a dia.
“Caso haja qualquer sinal estranho, um especialista deve ser procurado. É sempre importante realizar consultas periódicas com o médico para cuidar da saúde e minimizar as chances de diagnósticos tardios”, finaliza o coordenador do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da ABORL-CCF.
Sobre a ABORL-CCF
Com 75 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbio científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.
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