Como foi possível a sociedade carioca produzir um monstro com os requintes de crueldade do médico e vereador Jairo Souza Santos Junior (Solidariedade), o agora tristemente famoso Dr. Jairinho, acusado pela polícia de torturar até a morte o enteado Henry Borel, de 4 anos, sob os olhares cúmplices da mãe, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva?
É o mesmo caldo de cultura do submundo das milícias, com suas ramificações na polícia, na política e no judiciário, que assegura a impunidade aos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada dentro do carro com três tiros na cabeça e no pescoço, ao lado do seu motorista Anderson Gomes.
Em março, o crime completou dois anos sem solução. Até agora, só os dois executores, um policial militar reformado e um ex-militar, estão presos. Quem mandou matar continua solto. A motivação para o crime ainda é desconhecida.
Marielle era uma vereadora combativa, que defendia os direitos humanos e denunciava a violência doméstica contra as mulheres e a das polícias contra inocentes, e combatia a intervenção militar no Rio de Janeiro, comandada na época pelo general Braga Netto, hoje ministro da Defesa.
Filho de um coronel aposentado da PM que se elegeu deputado estadual, Dr. Jairinho faz parte de um poder paralelo no Rio, que confunde imunidade parlamentar com impunidade para arrecadar "rachadinhas" dos funcionários de gabinete, ameaçar, intimidar, agredir e matar desafetos. Nem crianças escapam, vê-se agora.
Na tentativa de acobertar o crime, o padrasto de Henry ligou para várias autoridades, até para o governador do Estado, mas o delegado Henrique Damasceno, após um mês de investigações, em que ouviu 18 testemunhas, encontrou "provas contundentes que revelam fundadas razões de crime hediondo", e não de um acidente doméstico, como Dr. Jairinho tentou alegar.
Marielle e Henry são vítimas da impunidade do crime organizado, que controla há anos vastas áreas do Rio de Janeiro, em que a população é refém da violência e da extorsão, sem que a polícia jamais alcance os cabeças nos podres poderes constituídos em todos os níveis.
O caso Henry pode ser considerado um ponto fora da curva pela rapidez com o que o delegado Damasceno esclareceu o crime, com profusão de testemunhos e provas periciais, que atestaram a violência contra o menino, vítima de lesões na cabeça, no pulmão e no fígado, resultantes da prática de tortura.
Dr. Jairinho e a mãe do menino agora estão em prisão provisória por 30 dias e espera-se que a Justiça também cumpra o seu papel, não cedendo a chicanas de caros advogados para libertar o casal assassino.
Para quem tem filhos e netos, é impossível ficar indiferente ao que está acontecendo no Rio de Janeiro, desde a morte de Marielle, numa escalada de violência e corrupção nunca vista antes.
A política da morte não pode se sobrepor ao direito à vida.
Vida que segue.
É o mesmo caldo de cultura do submundo das milícias, com suas ramificações na polícia, na política e no judiciário, que assegura a impunidade aos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada dentro do carro com três tiros na cabeça e no pescoço, ao lado do seu motorista Anderson Gomes.
Em março, o crime completou dois anos sem solução. Até agora, só os dois executores, um policial militar reformado e um ex-militar, estão presos. Quem mandou matar continua solto. A motivação para o crime ainda é desconhecida.
Marielle era uma vereadora combativa, que defendia os direitos humanos e denunciava a violência doméstica contra as mulheres e a das polícias contra inocentes, e combatia a intervenção militar no Rio de Janeiro, comandada na época pelo general Braga Netto, hoje ministro da Defesa.
Filho de um coronel aposentado da PM que se elegeu deputado estadual, Dr. Jairinho faz parte de um poder paralelo no Rio, que confunde imunidade parlamentar com impunidade para arrecadar "rachadinhas" dos funcionários de gabinete, ameaçar, intimidar, agredir e matar desafetos. Nem crianças escapam, vê-se agora.
Na tentativa de acobertar o crime, o padrasto de Henry ligou para várias autoridades, até para o governador do Estado, mas o delegado Henrique Damasceno, após um mês de investigações, em que ouviu 18 testemunhas, encontrou "provas contundentes que revelam fundadas razões de crime hediondo", e não de um acidente doméstico, como Dr. Jairinho tentou alegar.
Marielle e Henry são vítimas da impunidade do crime organizado, que controla há anos vastas áreas do Rio de Janeiro, em que a população é refém da violência e da extorsão, sem que a polícia jamais alcance os cabeças nos podres poderes constituídos em todos os níveis.
O caso Henry pode ser considerado um ponto fora da curva pela rapidez com o que o delegado Damasceno esclareceu o crime, com profusão de testemunhos e provas periciais, que atestaram a violência contra o menino, vítima de lesões na cabeça, no pulmão e no fígado, resultantes da prática de tortura.
Dr. Jairinho e a mãe do menino agora estão em prisão provisória por 30 dias e espera-se que a Justiça também cumpra o seu papel, não cedendo a chicanas de caros advogados para libertar o casal assassino.
Para quem tem filhos e netos, é impossível ficar indiferente ao que está acontecendo no Rio de Janeiro, desde a morte de Marielle, numa escalada de violência e corrupção nunca vista antes.
A política da morte não pode se sobrepor ao direito à vida.
Vida que segue.