247 - Pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro (sem partido) foi apresentado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 17, informa artigo de Erick Mota no Congresso em Foco. O pedido foi feito pelo deputado Leandro Grass (Rede-DF). Dentre os motivos que justificam o pedido, estão os constantes ataques à imprensa, aos outros poderes da República e o endosso para que acontecessem, contra as orientações da Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde, as manifestações bolsonaristas de domingo, 15.
Soma-se a isso o fato de que Bolsonaro, que deveria estar de quarentena por suspeita de coronavírus, compareceu a um dos atos, em Brasília, ao lado de cartazes pela intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive tendo contato com os manifestantes.
O deputado distrital ainda cita "o envolvimento da família do Presidente com milícias do Estado do Rio de Janeiro, inclusive tendo exaltado policiais que hoje são condenados pela Justiça. Ademais, o Presidente jamais explicou os empréstimos de Fabrício Queiroz à sua esposa, nem mesmo as denúncias de servidores fantasmas, enquanto era Deputado Federal".
Grass cita cinco crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro: apoio e convocação às manifestações do dia 15 de março de 2020 por meio da divulgação de vídeos em redes; declaração, no último dia 9, de que as eleições gerais de 2018 foram fraudadas, cujas provas estariam em suas mãos e nunca foram apresentadas, nem no foro competente e nem para a imprensa; declarações indecorosas direcionadas à jornalista Patrícia Campos Mello, feitas no dia 19 de fevereiro; publicação de vídeo, em rede social, com conteúdo pornográfico, ocorrida no carnaval do ano de 2019 - o famoso episódio do golden shower; determinação expressa de comemoração do Golpe Militar de 1964, direcionada às Forças Armadas Brasileiras, em 25 de março de 2019.
"Desse conjunto de condutas revela-se extrema gravidade. Gravidade esta pelo reiterado desafio proposto pelo Presidente aos demais poderes - Legislativo e Judiciário, pela convocação de manifestações contra tais poderes, bem como pelo descrédito das decisões judiciais em matéria eleitoral", diz o documento. Além disso, reforça que “descabe ao Presidente refutar decisões judiciais sobre pleito que, pasme-se, ele foi eleito. Não é possível que o Presidente aja sem qualquer decoro, publicando material pornográfico em redes sociais, ofendendo jornalistas todos os dias e, ao fim e ao cabo, incentivando a comemoração do Golpe Militar de 1964”.