Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
As revelações de hoje da Vaza Jato são as mais graves até agora. Mostram o juiz Sérgio Moro conspirando abertamente para derrubar a presidente Dilma Rousseff, o que não tinha nada a ver com a investigação acerca da Petrobrás e impedir a nomeação do ex-presidente Lula à chefia da Casa Civil.
No mesmo dia, 16 de março de 2016, em que Dilma foi grampeada, ilegalmente, sem aval do STF, avisando a Lula para ele assinar o termo de posse na chefia da Casa Civil, Lula teve duas conversas com o então vice Michel Temer, nas quais estava claro que sua motivação ao aceitar o ministério não foi fugir da Lava Jato, como Moro queria demonstrar, mas evitar o impeachment e suas nefastas consequências que sofremos até hoje.
As duas conversas com Temer dão a entender que eram grandes as chances de o impeachment ser barrado. Na segunda, Lula mandou preparar “uísque e gelo”.
Em vez de divulgar todas as conversas grampeadas naquele dia, Moro somente liberou a que Lula teve com Dilma, a fim de convencer a opinião pública e o STF que Lula queria virar ministro para obter foro privilegiado. Enganou a todos.
A reportagem da Folha/ The Intercept Brasil detalha o passo a passo da conspiração de Moro em conluio com o chefe da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. O combate à corrupção era apenas a cortina de fumaça de uma operação muito mais ampla: uma conspiração contra a política e os políticos e consequente ascensão da Lava Jato ao poder.
Até a Vaza Jato entrar em cena o plano estava dando certo: Lula não chegou a ministro, Dilma caiu, Lula foi preso e Moro galgou um degrau em sua escalada ao poder: ganhou ministério daquele que se elegeu graças à prisão de Lula.
As mensagens indicam a urgente necessidade de abrir uma investigação isenta e apurada e, constatada a veracidade da conspiração, punir os responsáveis de acordo com a constituição.