PARA FUGIR DA CRISE ECONÔMICA, ESTADOS SE ORGANIZAM EM CONSÓRCIOS

Valter Campanato/Agência Brasil
247 - Governadores decidiram se unir em consórcios para aumentar o poder de negociação com o governo federal e enfrentar a crise econômica. Só nos três primeiros meses do governo Jair Bolsonaro, 24 dos 26 Estados se organizaram em torno de três novos grupos com atuação regional. Até então, havia apenas uma entidade deste tipo, o consórcio Brasil Central, criado em 2015 pelos Estados da região Centro-Oeste, com a adesão do Distrito Federal.

"O objetivo é criar um novo equilíbrio entre os entes federativos", disse o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um entusiasta do modelo. "Com a crise econômica, a União perdeu a condição de prover e os Estados passaram a cooperar entre si sem passar pelo governo federal", afirmou. Seu relato foi publicado no jornal O Estado de S.Paulo.

Por causa de suas peculiaridades geográficas, o Maranhão foi convidado a participar do consórcio Brasil Central, formado em 2015 por Estados da região Centro-Oeste mais Rondônia, estados interessados em usar o porto de Itaqui (MA) para escoar suas produções. O Maranhão também integra o consórcio da Amazônia Legal e o do Nordeste, criados em fevereiro deste ano, assim como o de Integração Sul Sudeste.

De acordo com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), além da função administrativa, os consórcios regionais têm o objetivo de ocupar o espaço político deixado pelo governo federal na articulação com o Congresso.

"Em uma hora em que o Brasil precisa de lideranças para que encontremos o caminho do desenvolvimento, da geração de emprego, de oportunidade, da inovação, os governadores têm um papel de dialogar com o Congresso, com o governo federal, um papel que precisa se potencializar através dessa ação conjunta dos governadores", afirmou.