
247 - O ex-juiz federal e governador do Maranhão, Flávio Dino, criticou a atitude do delegado da polícia federal que repreendeu o ex-presidente Lula, na saída do velório, dizendo que não deveria ter acenado para o público.
"Já procurei na Constituição, no Código Penal e na Lei de Execução Penal e não achei tal pena ou proibição. Ele não poderia sequer agradecer aos gestos de solidariedade e carinho. Até onde vai o delírio dessa gente?", afirmou Flávio Dino, que exerceu a magistratura por 12 anos e se afastou do cargo para ingressar na política.
Ao deixar o cemitério em São Bernardo, em São Paulo, nesta sábado (2), após a cerimônia de sepultamento de seu neto Arthur, de apenas 7 anos, Lula subiu no carro e fez um aceno, num gesto de agradecimento as centenas de pessoas que manifestavam solidariedade e apoio ao ex-presidente.
Ao descer, foi advertido por um delegado da Polícia Federal que disse que não poderia ter tomado tal atitude. "O senhor sabe que não deveria ter feito isso", disse o delegado que integrava a escolta. Lula respondeu: "O senhor sabe que eu devia".
Flávio Dino também abordou os comentários de apoiadores de Bolsonaro, inclusive um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro, que usaram a morte do menino para destilar discurso de ódio contra Lula. "Outra terrível lição da semana: os filhotes do fascismo são milicianos da desumanidade, do desrespeito, da indignidade. Eles não tem a menor condição de falar em Deus e em família", disse Flávio Dino.