O governo Jair Bolsonaro quer monitorar bispos que participarão do Sínodo da Amazônia, em outubro. Na visão do bolsonarismo, a Igreja é uma tradicional aliada do PT e está se organizando para liderar debates em conjunto com a esquerda. O alerta ao governo veio de informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), chefiada pelo general Heleno, e dos comandos militares.
Com base em documentos que circularam no Planalto, militares do GSI avaliaram que os setores da Igreja aliados a movimentos sociais e partidos de esquerda, integrantes do chamado ‘clero progressista’, pretenderiam aproveitar o Sínodo para criticar o governo Bolsonaro e obter impacto internacional. ‘Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil’, disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
O deputado federal Márcio Jerry disse que protocolará nesta segunda-feira (11) um requerimento à Mesa da Câmara solicitando convocação do ministro Augusto Heleno Ribeiro, para prestar esclarecimentos sobre a espionagem politica da ABIN na CNBB. “Caso é muito grave”, afirmou o deputado.
O governador Flávio Dino também se manifestou. Para ele, se assemelha à ditadura militar a espionagem como forma de “segurança nacional”. “Se de fato o governo federal estiver espionando e tratando a CNBB como ‘inimiga interna’, estamos diante de um dos maiores escândalos deste começo de ano. Inaceitável a volta da “doutrina da segurança nacional” da ditadura”.
Blog do Clodoaldo Correa