
247 - Nas últimas semanas, a comunidade evangélica foi inundada por uma série de mentiras disparadas pela campanha de Bolsonaro, culminando no crescimento da extrema-direita no segundo turno. Em cultos e grupos de WhatsApp, pastores dizem aos seus fiéis que o candidato Fernando Haddad é anticristão, favorável à pedofilia e tem como meta fechar igrejas. Em entrevista à TV 247, Pastor Ariovaldo Ramos, ex-presidente da Associação Evangélica Brasileira e um dos fundadores da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito, condena a prática de aliciação dos cristãos e classifica o ato como "uma traição semelhante a que Jesus Cristo sofreu".
Ariovaldo afirma que a comunidade evangélica cresceu rapidamente nos últimos anos, deturpando a mensagem cristã."Ocorreu uma falha na formação desses pastores, os mais carismáticos foram assumindo a liderança", explica.
No entanto, o Pastor ressalta que a grande maioria dos religiosos "só querem Deus" e que estão sendo ludibriados pela escolha em Bolsonaro. "É muito difícil dizer para um fiel que o pastor dele está enganado. Num País de analfabetismo funcional, a verdade é o líder", esclarece.
"Se um pastor induz votos em seus cultos, ele precisa ser denunciado, pois está usurpando um poder que não é dele e precisa responder pelo ato".
Ariovaldo compara a prática de manipulação dos fiéis com uma passagem bíblica. Para ele, Jesus Cristo sofreu a mesma traição de Judas Iscariotes. "É um crime hediondo", aponta.
O pastor adverte que, caso Bolsonaro ganhe, a igreja evangélica será colocada no lixo. "A história irá dizer que nós, evangélicos, compactuamos com suas propostas", alerta.
Ariovaldo diz que o jogo pode ser virado nesta reta final de eleição. "A história está nas mãos dos eleitores, vamos escrever o fim do neonazismo e da barbárie, pautando pela retomada da democracia. Temos que votar a favor da civilização", conclama.