CORREIA SOBRE FHC: INCOMPETENTE E HIPÓCRITA

Minas 247 - Após as revelações de que o ex-presidente pediu dinheiro à empreiteira Odebrecht, o deputado estadual Rogério Correia (PT) afirmou que não se trata de condenar, a priori, o tucano, "mas cabem duas observações óbvias:

"A primeira é que fica desnudada a imensa hipocrisia tucana, a começar pelo próprio FHC. Useiro e vezeiro de dinheiro empresarial nas campanhas políticas, a maior parte por caixa 2, o PSDB sempre se portou como uma vestal sobre o tema, aproveitando-se da postura francamente favorável que recebia -- e ainda recebe -- da PF e do Judiciário", escreveu o parlamentar no Facebook.

"A segunda observação é exatamente sobre o Judiciário, em especial a Lava Jato de Curitiba. Não é de hoje que o nome de FHC é envolvido em delações sobre pedidos de dinheiro para campanhas. Nunca, porém, houve interesse por parte do juiz Moro ou de qualquer membro do MP curitibano, muito menos Dallagnol e seus famosos powerpoints", acrescentou.

De acordo com o deputado, FHC "fez um governo que quebrou o Brasil por três vezes, recorrendo sempre ao FMI para fechar buracos nas contas. Privatizou inúmeras estatais e, mesmo assim, permitiu que o déficit público explodisse". "Fez, portanto, um governo incompetente. A isso agora, após as novas informações da PF, pode-se acrescentar o termo 'cara de pau'".

Emails

Um laudo da Polícia Federal, anexado a um dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato, com e-mails trocados entre o tucano e o presidente empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

Os pedidos de doações eram para dois candidatos do PSDB ao Senado, Antero Paes de Barros (MT) e Flexa Ribeiro (PA).

Segundo reportagem da Folha, publicada nesta quarta-feira (6), o primeiro email enviado ao empreiteiro é de 13 de setembro de 2010, com o assunto "pedido". Nele, FHC diz que, recordando da conversa que tiveram em um jantar, envia um "SOS". "O candidato ao senado pelo PSDB, Antero Paes de Barros, ainda está em segundo lugar, porém a pressão do governismo, ancorada em muitos recursos, está fortíssima. Seria possível ajudá-lo? Envio abaixo os dados bancários", escreve o tucano.

Marcelo Odebrecht responde: "Depois aproveito, e lhe dou o feedback dos demais apoios e reforços que fizemos na linha do que conversamos", afirma.

Em outra mensagem, de 21 de setembro do mesmo ano, com o assunto "o de sempre", FHC pede perdão pela insistência e volta a pedir ajuda financeira, desta vez para Flexa Ribeiro, candidato ao Senado no Pará. "Ainda há tempo para eles alcançarem, no caso na verdade é manterem, a posição que os leva ao êxito." Odebrecht diz que já contatou Antero, que sabe que irão apoiá-lo. "Flexa, não sei dizer, mas vou verificar", escreve.

Flexa se elegeu, diferentemente de Paes Barros. Na prestação de contas dos candidatos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não constam registros de doações oficiais da Odebrecht.