
Rede Brasil Atual - Assim como no Dia Internacional da Mulher de 1917, quando centenas de operárias em greve deram o pontapé inicial para a queda do czarismo e foram a chave de entrada para a Revolução Russa, o 8 de março de 2018 no Brasil pretende chamar para a luta trabalhadoras que estão tendo direitos sociais e garantias trabalhistas destruídos pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB). Desde 24 de fevereiro, a CUT, por exemplo, promove atividades para denunciar os riscos que o retrocesso promovido pelo governo representa para toda a classe trabalhadora, em especial para as mulheres.
Até o 1º de Maio, movimentos feministas e vários coletivos de mulheres de todas as regiões do país organizam a Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos com o principal objetivo de denunciar os ataques que as mulheres vêm sofrendo desde a destituição da presidenta Dilma Rousseff. Para a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, o ponto principal no debate deste 8 de março é a defesa da democracia.
“Essa agenda de reformas estruturantes já em curso, como a nova lei trabalhista, que prejudica toda a classe trabalhadora, em especial as mulheres que são mais prejudicas com a jornada intermitente e a obrigação de grávida ou lactante trabalhar em local insalubre é o maior retrocesso desde a Constituição de 1988”, afirma, referindo-se à Lei 13.467, de "reforma" trabalhista, que entrou em vigor em 11 de novembro.
Ela cita o 8 de março de 2017 como início de uma série de ações que culminaram em agendas que levantaram discussões de porte mundial na visibilidade da luta das mulheres. Como a possibilidade de, pela primeira vez, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) encaminhar o debate sobre uma recomendação ou convenção que trate sobre violência de gênero em locais de trabalho. “Foi um marco histórico que queremos repetir este ano, exigindo que essa nova lei trabalhista que está exterminando com os empregos e com a dignidade de mulheres e homens seja revogada”, afirma Juneia.
No Brasil, a CUT e movimentos de mulheres, feministas e populares estão organizando uma Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos.