PADRE JOÃO: CÂMARA NÃO PODE SEGUIR EXEMPLO DO STF E “LIBERAR BANDIDO”

Minas 247 - O deputado federal Padre João (PT-MG) defendeu a urgência na aprovação da abertura do processo de investigação contra Michel Temer, o primeiro presidente da história do País a ser denunciado por corrupção. De acordo com o parlamentar, a Câmara não pode seguir exemplos do STF, “que libera bandidos, como foi o caso do senador tucano Aécio”, que não foi preso.

“É um escândalo essa seletividade, essa parcialidade de setores do Ministério Público e setores da Polícia Federal”, disse. “O Brasil está numa situação crítica no campo, na cidade, na questão econômica, em todas as áreas. O mais correto era a renúncia do Temer. Já que ele não tem bom-senso, não tem respeito para com os brasileiros, esse é um papel desta Casa”, acrescentou.

Segundo o congressista, será um “vexame” se a Câmara, que cassou uma presidenta honesta, que não cometeu nenhum crime, negar a investigação. “Será um vexame, aqui teria que ser 100% pela cassação do Temer”, complementou.

No caso de Temer, a delação dos donos da JBS, os empresários Joesley Batista e seu irmão Wesley, afirmaram que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). O parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. O empresário disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

Cunha negou ter sido procurado com essa finalidade, mas, como Temer demonstrou posição favorável a uma eventual compra do silêncio do ex-deputado, ele pode ser alvo da nova denúncia, por tentativa de obstrução judicial.

O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, para supostamente pagar advogados. O tucano tratou o dinheiro como venda de apartamento.