O voto útil em Flávio Dino em 2018


Por Emerson Araújo/Jornalista

No jogo político do Maranhão em 2018 há uma certeza, uma convicção quase dogmática, a luta contínua em não querer a volta da oligarquia   Sarney e seus apaniguados para Governar o Estado a partir de 2019. Mesmo sabendo que o velho oligarca ganhou força com os novos ventos políticos oriundos do golpismo a nível nacional apoiado por ele e seus herdeiros da bancada federal, o Maranhão não pode e não deve mais eleger este aglomerado  familiar que levou o Estado ao atraso social e econômico  ao longo de meio século.

Não precisa ser um articulista político  sagaz para perceber, nos últimos dias, que a turma de Sarney já pensa, conspira, transita  do judiciário ao "empresariado insatisfeito" na busca de conquistar novamente o  Governo do Estado em 2018 e isso é fato visível.

Aproveitando as brechas/fragilidades da articulação política do Governo Flávio Dino e, também, a péssima comunicação com a sociedade maranhense que este governo optou, nestes 03(três) últimos anos, José Sarney começa a trazer para si a responsabilidade tática de retomar o poder do seu grupo político no Maranhão pelas brechas deixadas pelo atual governador e pelo seus mais próximos colaboradores.

Sabe-se que José Sarney é um mestre da articulação da velha política e que ainda impregna alguns rincões importantes do Maranhão. Mesmo o Governador Flávio Dino implementando uma série de ações administrativas novas, em algumas regiões do Maranhão,  parece que isso tem sido em vão por conta da herança sarneysista que ainda perdura em algumas administrações municipais e, principalmente, nas benesses que o empresariado maranhense sempre teve a sua disposição durante os governos oligarcas e que se tornou sustentação econômica deste grupo político ao longo dos anos.

Brilhantismo de articulador político a parte, José Sarney e sua turma começam a ensaiar de maneira tímida seu retorno ao Governo do Maranhão e o nome de proa do grupo continua sendo o da ex-governadora Roseana Sarney e nada mais além disso. Maura Jorge, Roberto Rocha ou mesmo o inexperiente Eduardo Braide, neste momento, são "mulas" de pré-candidaturas que o velho Sarney joga no mercado eleitoral do Maranhão de 2018 para confundir incautos e gerar o "toma lá, da cá" costumeiro deste período que antecede a eleição estadual vindoura.

Sarney voltou a fazer política no Maranhão e isso é fato, mas é o atual Governador do Maranhão, Flávio Dino, que merece as atenções mais profícuas para as eleições de 2018 e razões não lhes faltam para buscar sua reeleição mesmo com a atuação nas sombras da sarneysada de plantão por aqui.  Dino tem se qualificado como gestor com fulcro nas camadas economicamente mais vulneráveis, nestes últimos (03(três) anos, apresentando ações administrativas no Maranhão  dirigida aos mais pobres do Estado na educação, saúde, segurança, infraestrutura, agricultura familiar e outras políticas públicas que visam a cidadania dos alijados socialmente. Estas ações o imputam como um governador do social em vez de um gestor de obras faraônicas e inacabáveis. Ao optar pelo mais IDH das cidades mais pobres do Maranhão, Flávio Dino elevou, também, a autoestima de centenas de pessoas que viviam no submundo da sociedade maranhense e isso é um dado positivo a seu favor.

Qualificações de um governo com o olhar social a parte, o Governador atual do Maranhão, por conta do pouco tempo de mandato, pela crise política/econômica que se arrastou, nestes últimos 03(três) anos ou pela falta de um planejamento estratégico com maior visibilidade administrativa para o Maranhão como um todo, onde acabou premiando algumas regiões do Estado em detrimento de outras e, com isso, gerando descontamento de lideranças políticas e das populações não atingidas com a mesma proporção das outras nas ações de seu governo. Uma dica, há um desânimo muito grande das lideranças municipais e das populações com a administração de Dino no sul maranhense, por exemplo,  e que seu governo  precisa de uma tomada de posição premente  na recuperação das estradas estaduais imprestáveis ali,  e, ainda, no cumprimento de promessas de campanhas que nunca chegaram a região.

Noutro campo, o Governo Flávio Dino continua com os mesmos problemas de comunicação social dos governos de centro-esquerda que chegaram ao poder no país nos últimos dez anos. E por isso dialoga muito ruim com as populações maranhenses na maioria dos municípios. A falta de centralidade da comunicação social do Governo Dino e a má distribuição de suas mensagens pelos diversos meios de mídias  disponíveis no Estado, beira a amadorismo profissional, cheira a compadrio manjado de uma comunicação ineficaz. Democratizar a publicidade/o release de Governo  com os meios de comunicação de massa existentes no Maranhão  e que possuam qualidade e retorno eficaz será  o melhor caminho para se resolver o diálogo obscuro que o governo atual mantém ainda com o povo.

Voltamos a insistir nas brechas deixadas pelo Governo Flávio Dino e que precisam  ser  fechadas para impedir a atuação da sarneysada a partir delas,  a mais perigosa  diz respeito a articulação política do seu governo que não conseguiu atingir as lideranças políticas municipais e o movimento social com maior clareza e em melhores condições de aproximação. Nem todo filtro que se impõe sobre a figura do governador é salutar na convivência administrativa, no jogo político ou eleitoral. Sempre quem deve dar o tom da fala e das aproximações mais melindrosas deste contexto deve ser o chefe do executivo. A liderança mais confiável para os diálogos com todas as lideranças estaduais. Há uma reclamação contundente de lideranças municipais de todo porte quanto a esta aproximação bloqueada na ante sala da governador, diga-se de passagem.

Feita as ponderações e  mesmo reconhecendo os erros de condução do/no governo atual que precisam ser corrigidos prementemente,  o voto útil em Flávio Dino Dino em 2018 deve ser a tônica dos progressistas maranhenses, acreditando, também, que o Estado possa ser visto e experimentar as mudanças que estão sendo empreendidas como um todo na próxima administração dinista para que  Sarney e sua turma não sejam mais opção eleitoral por aqui.