Temer, o presidente do golpe: qualquer ‘fatorzinho’ abala o país


O último "fatorzinho" é que Congresso algum, em dia de luto nacional e latino-americano, por conta da tragédia ocorrida com o clube de futebol Chapecoense, votaria qualquer projeto, muito menos um absolutamente impopular. Por Ariovaldo Ramos

O presidente do golpe disse, em palestra para justificar falta de investimento estrangeiro, (28/11/16), que qualquer “fatorzinho” abala o país…

Vamos conferir o que é chamado de “fatorzinho”:

1-Ex-ministro da Secretaria de Governo pressiona ex-ministro da Cultura para que autorize prédio, onde possui imóvel, que fere normas de construção em local considerado Patrimônio Público.

2-Ex-ministro da Cultura acusa o presidente do golpe de tentar enquadrá-lo para que resolvesse a questão proposta por ex-ministro daSecretaria de Governo.

3-Ex-ministro da Cultura grava fala do presidente do golpe, que atesta sua alegação de tentativa de enquadramento.

4-O povo vai às ruas contra uma PEC que altera drástica e visceralmente a Constituição, os estudantes secundaristas e universitários ocupam escolas, para deixar claro que são contra esta PEC, as pesquisas de opinião pública dão conta de que a maioria da população é contra a PEC, mas, tudo o que o povo recebe é a truculência do Estado. Fica, então, a pergunta: Para onde esse Estado está empurrando o seu povo, e como este se verá forçado a reagir?

5-Câmara dos deputados anuncia a intenção de anistiar políticos que seriam alvo de investigação, não caso a caso, mas, desconfigurando como crime o motivo pelo qual seriam investigados.

6-O juiz, que comanda a apuração das denúncias de corrupção, só quer prender, de fato, uma pessoa, as demais, não importa quanta prova haja, sequer são incomodadas.

7-O juiz, de sempre, seleciona o que pode ou não ser perguntado ao presidente do golpe, mesmo que a pergunta tenha sido feito pelo réu, que invocou o presidente como testemunha de defesa. Isso não configura cerceamento do direito de defesa?

8-Votação do Legislativo, ainda que todo servidor público tenha de estar sob controle social, pode gerar estado de guerra entre o Judiciário e a Casa das Leis, enquanto, nenhum dos lados, de fato, está a sustentar o direito, mas, sim, ambos, tem, aparentemente, buscado forma de torcê-lo.

O último “fatorzinho” é que Congresso algum, em dia de luto nacional e latino-americano, por conta da tragédia ocorrida com o clube de futebol Chapecoense, votaria qualquer projeto, muito menos um absolutamente impopular. Tal postura revela uma insensibilidade sem limites, que explica a absoluta impermeabilidade do Congresso em relação ao povo que o elegeu.

É por tais “fatorzinhos” que Nosso luto vem do verbo lutar!


Do Blog Nocaute