Jesus de Nazaré, disse que nós que sabemos prever o tempo pelo sinais, deveríamos discernir os sinais dos tempos para nos anteciparmos aos mesmos.
Assim, chamava a atenção para a obrigação que temos de, compreendendo o que os sinais nos apontam, corrigirmos rotas e evitarmos desastres.
Na década de 90, me envolvi com a Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e Pela Vida, capitaneada pelo sociólogo Betinho. Fui membro da coordenação no estado de São Paulo.
Depois, no governo popular, fiz parte do CONSEA: Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Presidência da República.
Foi um tempo de luta contra fome, o quadro, já há muito denunciado por Josué de Castro, era muito grave, mas, graças à luta hercúlea de muitos brasileiros e brasileiras, saímos do mapa da fome, segundo a ONU.
Por causa da postura reacionária da direita, ainda embrionária, porém, já antecipando o vigor que ganharia, o feito não foi devidamente celebrado, os nomes de Josué de Castro, de Betinho e de Lula, entre outros, não foram devidamente honrados.
Nos esquecemos de que não apenas havíamos ganho a batalha contra a fome, mas, impedido o surgimento de uma sub-espécie humana no Brasil.
Esse anticlímax, fruto do crescimento da postura à direita, prenunciava o quadro que hoje vivemos, marcado por todo tipo de retrocesso. Não soubemos discernir os sinais dos tempos, e sofremos o golpe.
“O congelamento de gastos públicos por 20 anos, aprovado pela Câmara na terça-feira 25, ameaça o conjunto de políticas que permitiu a ascensão social de milhões de brasileiros ao longo dos últimos anos, avalia a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.“Com a PEC 241, (no Senado PEC 55) chegaríamos em 2036, na melhor das hipóteses, com recursos que tínhamos no inicio dos anos 1990”, alerta.” Segundo Tereza Campello: “A chance de o Brasil voltar ao Mapa da Fome é enorme”. Entrevista à Alerta Social (26/10/16)
Estamos diante de um retrocesso não apenas político e social, mas, humanitário. Um crime hediondo! Estes são os novos sinais, que nos apontam para um cataclismo social. Não podemos correr o risco de ver semelhantes nossos, brasileiros e brasileiras, colecionando, novamente, enfermidades e óbitos, antecipando o ressurgimento de sub-espécie humana que, com a vitória sobre a fome, havíamos debelado.
Nossa luta, portanto, é mais do que ideológica, é humanitária!
Nosso luto vem do verbo lutar!
Blog Nocaute