A Polícia Federal (PF) divulgou os nomes dos três presos na segunda e na terceira fase da Operação Sermão aos Peixes, que investiga o desvio de verbas da saúde destinadas a hospitais públicos no Maranhão; foram presos Péricles Silva Filho e Benedito Silva Carvalho, no Maranhão, e Emílio Borges Resende, em Juquitiba (SP); eles são responsáveis por empresas terceirizadas da Saúde, encarregadas de gerenciar o dinheiro do setor no Maranhão; os recursos que deveriam ser destinadas a hospitais e UPA´s eram transferidas diretamente para as contas dos donos dessas empresas; entre 2010 e 2013, os desvios da Saúde no estado chegaram a R$ 1,2 bilhão; um dos alvos da PF foi o ex-secretário Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney
Maranhão 247 - A Polícia Federal (PF) divulgou nesta quinta-feira (6) os nomes dos três presos na segunda e na terceira fase da Operação Sermão aos Peixes, que investiga o desvio de verbas da saúde destinadas a hospitais públicos no Maranhão. Foram presos Péricles Silva Filho e Benedito Silva Carvalho, no Maranhão, e Emílio Borges Resende, no município de Juquitiba, em São Paulo. Eles são responsáveis por empresas terceirizadas da área da Saúde chamadas de Organizações Sociais, que prestaram serviço ao governo do Maranhão entre 2010 e 2013, e teriam desviado pelo menos R$ 36 milhões dos cofres públicos.
Além das três prisões, a PF cumpriu outros 29 mandados judiciais em Palmas e em Araguaína, no Tocantins, e em Goiânia e Arenópolis, em Goiás. Do total, 12 foram de condução coercitiva (a pessoa é levada em depoimento) e 17 de busca e apreensão. Os agentes também fizeram o sequestro de bens da quadrilha como aviões e carros de luxo, avaliados em R$ 2,5 milhões.
De acordo com as investigações, as empresas terceirizadas eram encarregadas de gerenciar o dinheiro da Saúde no Estado e os recursos que deveriam ser destinadas a hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA´s) eram transferidas diretamente para as contas dos donos dessas empresas. Um dos hospitais mais prejudicados foi o Hospital do Câncer do Maranhão.
Um dos presos, Benedito Silva Carvalho, representante de uma das empresas investigadas, desviou R$ 110 mil do Hospital do Câncer. As transferências eram feitas gradualmente, com valores pequenos para não chamar a atenção.
Os envolvidos irão responder por peculato e lavagem de dinheiro. Eles também serão indiciados por destruir provas, já que em uma fase anterior da operação várias informações foram apagadas dos computadores das empresas. A PF suspeita de vazamento de informações.
Na segunda fase das investigações, denominada de Operação Abscôndito, foi identificado que o grupo criminoso agiu para destruir e ocultar provas, incluindo a venda suspeita de uma aeronave objeto de decisão judicial.
A outra fase da operação, batizada de Voadores, apurou o desvio de cerca de R$ 36 milhões através do desconto de cheques e posterior depósito nas contas de pessoas físicas e jurídicas vinculadas aos envolvidos, incluindo o saque de contas de hospitais.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa, de peculato e de lavagem de capitais.
Na Operação Sermão aos Peixe, realizada em novembro de 2015, a PF conseguiu prender oito dos 13 suspeitos pelos desvios de dinheiro público no Maranhão, realizada em cidades do Estado do Maranhão, Pernambuco, Tocantins e Goiás. Segundo as investigações, a PF afirmou que os desvios da Saúde no Maranhão chegam a R$ 1,2 bilhão, no período de 2010 a 2013. O nome da operação foi alusivo ao sermão do Padre Antônio Vieira que, em 1.654, falou sobre como a terra estava corrupta, censurando seus colonos com severidade.
Entre os mandados de condução coercitiva, esteve o do ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad. Segundo a PF, o ex-secretário teria se utilizado do modelo de terceirização da gestão da saúde pública estadual, para fugir dos controles da Lei de Licitação, empregando profissionais sem concurso público e contratando empresas sem licitação.
Em nota, o ex-secretário Ricardo Murad negou as irregularidades.