Mais respeito ao voto dos maranhenses


Por Emerson Araújo

Tenho me posicionado muito pouco sobre a questão política nacional que continua em frangalhos por conta da recorrente posição da elite brasileira em querer que a pátria amada continue sob o domínio do coronelato e das oligarquias regionais em sua sanha antidemocrática e atrasadíssima diante de um mundo cada vez mais desenvolvimentista.

Mesmo com este quadro extremamente "deprê" como diria meu filho caçula que este ano completa 26 anos, sou daqueles que ainda continua acreditando que partido político no Brasil não é facção, apesar das aberrações doutrinárias que estão entranhadas em algumas siglas, sou daqueles, também, que não acredita que a atividade política no país é coisa de meliante. Mas reconheço que a política aqui e ali se tornou ilícito moral, social e econômico para uma grande parcela entranhada nesta nobre atividade.

Crises e "deprês" a parte, o que me move nesta opinião, é a  secular  herança maléfica da oligarquia Sarney, no Maranhão, de se fazer política por baixo, jogando no lixo da história a vontade eleitoral dos maranhenses. E isso foi o que se viu nas posições recentes dos 03(três) senadores pelo Maranhão na questão do impedimento da Presidente Dilma Rousseff na sessão do Senado nos últimos dias. Quando escrevo isso é fundamentado na decisão do eleitor do Estado de Gonçalves Dias em 2014 que votou quase 80% na Presidenta Dilma Rousseff agora usurpada de maneira violenta e desproporcional da presidência da república. Quando se elege um parlamentar, na democracia, mesmo ela sendo burguesa acredita que o represante político deve consagrar a vontade explícita dos seus representados/os eleitores. No caso do Maranhão a vontade de quase 80% dos seus eleitores consagrou o nome de Dilma Rousseff nas urnas de maneira incontestável, para presidência da república em 2014, portanto, nenhum deputado federal ou senador poderia no parlamento ser contra esta decisão soberana de um povo que vinha recebendo nos últimos 13(treze) anos na educação, saúde, assistência social, agricultura familiar, infraestrutura, moradia com viés de políticas públicas de cidadania. Votar contra a permanência de Dilma Rousseff na Presidência da República foi votar contra a vontade da maioria do povo maranhense. E isso foi fato político lamentável destes senhores diga-se de passagem.

Talvez não tenha estranhado as posições de Edson Lobão e João Alberto em votarem contra Dilma Rousseff por conta da atuação política do seu guru José Sarney, mas a decepção maior se configurou na decisão equivocada do Senador do tão propalado partido do Maranhão, Roberto Rocha, que eleito a reboque do clima de mudança instalado no Estado em 2014 seguiu a ótica sarneysista de se fazer política nefasta nos levando a acreditar, a partir de agora, que alguns aliados do Governador Flávio Dino continuam agarrados com unhas e dentes ainda ao atraso e ao  desrespeito a decisão soberana do povo do Maranhão. Uma lástima como diria um velho jornalista político do Piauí, uma lástima isso.