247 - Em apenas dois meses como vice-presidente em exercício, Michel Temer se reuniu ao menos em cinco ocasiões privadas com investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Dentre os políticos com quem Temer se encontrou estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado afastado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo o portal UOL, o levantamento excluiu eventos públicos onde os investigados também estavam e reuniões que tiveram a presença de pessoas que não eram alvo da operação.
Nesta linha, o encontro que mais repercutiu foi a conversa reservada que Temer manteve com Cunha, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, em Brasília. O encontro não constava da agenda oficial de Temer e foi realizada na noite do dia 26 de junho.
Apesar do teor da conversa não ter sido revelado, interlocutores disseram que o debate entre eles foi acerca da sucessão de Cunha na Câmara dos Deputados.
Temer também manteve dois encontros reservados com o senador Renan Calheiros, que responde a oito inquéritos no âmbito da Lava Jato. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão de Renan após os áudios feitos pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado serem divulgados. As gravações mostram Renan dizendo ter trabalhado para evirar Janot fosse reeleito para o cargo. O pedido de prisão, porém, foi rejeitado.
Temer também manteve uma conversa com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), que também teve o pedido de prisão feito pela PR negado pela Justiça. Sarney é citado por Machado como beneficiário de recursos desviados de contratos da Petrobras.
Temer também encontrou-se com o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente do PP, que é investigado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O Planalto, informou, em nota, que "todos os encontros do presidente da República interino, Michel Temer, com autoridades são de caráter institucional e estão registrados na agenda oficial".