LISTÃO DA ODEBRECHT CITA DONO DO AVIÃO DE AÉCIO


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Diálogo de 19 de setembro de 2014, entre Marcelo Odebrecht e o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Junior, trata de uma doação de R$ 15 milhões para um personagem identificado como "Mineirinho"; os recursos são viabilizados por Sergio Neves, diretor da construtora em Minas Gerais, preso nesta semana na Operação Xepa, para repasse a uma pessoa identificada como "Oswaldo"; ao que tudo indica, trata-se de Oswaldo Borges da Costa Filho, um dos personagens mais próximos ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi nomeado por ele presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) e é um dos donos do jato usado pelo presidente nacional do PSDB para voar pelos céus do País; listão da Odebrecht, que mostra os repasses ao "Mineirinho", teve seu sigilo determinado pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato

Minas 247 – Uma das prisões da mais recente fase da Operação Lava Jato, batizada como Xepa pela Polícia Federal, pode trazer problemas para o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Isso porque um dos presos foi Sergio Neves, diretor da Odebrecht que cuidava dos repasses a um personagem batizado como "Mineirinho".

Neves foi citado num diálogo realizado no dia 19 de setembro de 2014, em plena campanha presidencial, entre Marcelo Odebrecht e Benedicto Júnior, presidente da construtora. Nele, os dois falam de um repasse de R$ 15 milhões ao "Mineirinho", que seria feito por Neves a um personagem chamado "Oswaldo".

Eis um trecho de reportagem de Fausto Macedo sobre o caso:

Alguns nomes não identificados, contudo, chamaram a atenção dos investigadores, sobretudo pelo grande volume de recursos que teriam recebido, como é o caso de “Mineirinho”, apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014. As entregas, segundo as planilhas, teriam sido feitas em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

A quantia foi solicitada pelo diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura para Minas Gerais, Espírito Santo e Região Norte, Sérgio Neves, à secretária Maria Lúcia Tavares, que fez delação e admitiu operar a “contabilidade paralela” da empresa a mando de seus superiores. O pedido foi intermediado por Fernando Migliaccio, ex-executivo da empreiteira que fazia o contato com Maria Lúcia e que foi preso na Suíça. 

A solicitação foi encaminhada no dia 30 de setembro de 2014, 13 dias após o então presidente da holding Odebrecht Marcelo Odebrecht conversar com o presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior sobre a “viabilização” de “15” a um destinatário que até então não estava claro para a PF. “Diante das novas informações ora colacionadas, resta claro que os ’15’ representam, na verdade, R$ 15 milhões, o total de recursos disponibilizados a Mineirinho, via Sérgio Neves”, assinala a Polícia Federal no relatório que embasou a 26ª fase da operação.

Ao que tudo indica, o "Mineirinho" que recebeu R$ 15 milhões durante a campanha presidencial, e também depois, é o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Especialmente porque o pedido de recursos teria sido feito por "Oswaldo", que seria Oswaldo Borges da Costa, uma das pessoas mais próximas do senador tucano, que o nomeou presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). Oswaldo é também dono do avião Learjet que Aécio usa em suas viagens pelo País (a esse respeito, leia "Dono do Aeciojato ganhou estatal").

Na última terça-feira, a Odebrecht anunciou o desejo de realizar uma ampla colaboração com a Justiça, falando de todas as suas doações ao sistema político. Em nota, o Ministério Público Federal negou estar negociando uma delação com a Odebrecht. O "listão" da empreiteira, com doações a mais de 200 políticos, teve seu sigilo determinado pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato. Se Sergio Neves decidir falar, ele poderá esclarecer suas relações com "Oswaldo" e as doações de R$ 15 milhões ao "Mineirinho".