O ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, e o titular da 31ª Promotoria de Probidade Administrativa, Zanony Passos Silva Filho, conversaram sobre a visita do promotor a Curitiba para ouvir depoimento do doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato; promotor de justiça ligou para Murad com o objetivo de informá-lo da visita autorizada pelo juiz Sérgio Moro; na conversa, ele teria pedido favor ao ex-secretário, solicitando espaço para sua noiva pediatra em um caderno específico do jornal O Estado do Maranhão
Blog Marrapá - O ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, e o titular da 31ª Promotoria de Probidade Administrativa, Zanony Passos Silva Filho, conversaram sobre a visita do promotor a Curitiba para ouvir depoimento do doleiro Alberto Youssef, preso em São Luís no início da Operação Lava Jato, em março de 2014.
A informação consta na parte documental do inquérito que investiga Murad na Operação Sermão aos Peixes. O ex-secretário é acusado de comandar a quadrilha que desviou R$ 2 bilhões destinados pelo Ministério da Saúde aos hospitais do estado entre os anos de 2009 e 2014.
Segundo a Polícia Federal, Zanony esteve Superintendência Regional do Paraná no dia 18 de setembro do ano passado, com o objetivo de colher informações do doleiro sobre irregularidades no pagamento do precatório de R$ 134 milhões à UTC/Constran.
Pouco antes da viagem, o promotor de justiça ligou a Ricardo Murad para informá-lo da visita autorizada pelo juiz Sérgio Moro. Na conversa, ele também pediu favor ao ex-secretário, solicitando espaço para sua noiva pediatra em um caderno específico do jornal O Estado do Maranhão.
Interrogado sobre o teor depoimento por investigadores do Paraná, Youssef afirmou que Zanony limitou-se a questionar-lhe sobre o caso de corrupção identificado na Lava Jato e desmembrado pelo Superior Tribunal Federal à Justiça do Maranhão.
O inquérito policial não conclui se o membro do Ministério Público vazou para o ex-secretário informações colhidas na oitiva. Entretanto, após o episódio, as escutas telefônicas detectaram que Murad, Roseana, Sarney e o filho Fernando ficaram ainda mais apreensivos com a possibilidade de prisão do empresário João Abreu – ocorrida dias depois.