'ASCENSÃO DOS EXCLUÍDOS É MAIOR HERANÇA EM 15 ANOS'

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Em balanço sobre os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jessé de Souza, avalia que os governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff "não fomentaram a formação de uma nova classe média"; "A grande herança desses últimos 15 anos foi a para uma classe trabalhadora", afirma; para Jessé, a relação da ascensão com os programas sociais é mais visível na região Nordeste; "Até porque lá a miséria anterior era muito maior. Sabem que devem a Lula", pontua; segundo ele, "há inclusão no mercado, emprego formal e a possibilidade de investimento em educação para os filhos dos batalhadores"


O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o sociólogo Jessé de Souza, criticou as condições sociais do que o seu antecessor no cargo, Marcelo Neri, chamou de "nova classe média", porém ressaltou os avanços sociais nos últimos 15 anos. Segundo ele, "há inclusão no mercado, emprego formal e a possibilidade de investimento em educação para os filhos dos batalhadores".

"Os governos petistas não fomentaram a formação de uma nova classe média. Os batalhadores continuam sem qualquer privilégio de nascimento. A grande herança desses últimos 15 anos foi a manutenção desse processo de ascensão dos excluídos para uma classe trabalhadora, mesmo precarizada", disse ele em entrevista à Carta Capital.

De acordo com o sociólogo, "é preciso mudanças consequentes para se formar uma classe trabalhadora qualificada com alta produtividade, o grande desafio para o Brasil deixar de ser um exportador de matéria-prima".

Souza afirmou que, "se a esquerda não construir uma alternativa, a única narrativa válida para os batalhadores será o pentecostalismo, que atrela em grande medida essa classe aos interesses de mercado".

"Isso não é, contudo, chapado. No Nordeste, essa classe percebe a relação da ascensão com os programas sociais, até porque lá a miséria anterior era muito maior. Sabem que devem a Lula", pontua.

"No Sudeste, a visão de que Deus ou o mérito pessoal foram mais relevantes é mais forte. Têm uma visão egoísta de mundo, atrelada a interesses de mercado. Essa própria classe não percebe quem são seus aliados políticos. O que mostra a pobreza de narrativa da própria esquerda", acrescentou.

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Com informações do br 247