Editorial: “É cedo...”



Por Emerson Araújo

Alguns representantes da mídia política do Maranhão tentam ensaiar de maneira precipitada, diga-se de passagem, a antecipação do pleito eleitoral municipal de 2016 para o início de 2015 como se fosse algo urgente e o grande achado da próxima corrida eleitoral que se avizinha, sem levar em consideração o contexto das decisões que o Congresso Nacional tomará dentro da Reforma Política, a grande agenda do parlamento brasileiro para as suas próximas sessões.

A Reforma Política e o fim da reeleição

Tentar colocar a agenda eleitoral de 2016 para o ano corrente deve levar em consideração, inicialmente, os temas da Reforma Política que o Congresso Nacional debaterá nos próximos dias e que balizarão as eleições municipais de 2016. Isso é fato inegável. E, dentro destes temas, um chama a atenção, de maneira especial, porque mexerá profundamente com pretensões de possíveis candidatos naturais que verão cair por terra o seu intento de continuar no comando das cidades, ou seja, o estatuto do fim da reeleição, desejo da sociedade e da maioria dos parlamentares brasileiros, hoje.

Com o fim da reeleição já para as eleições de 2016, os agrupamentos e as alianças vitoriosas das últimas eleições, nos municípios, precisam se oxigenar com novas lideranças políticas de perfil popular e intensidade eleitoral comprovada para continuarem com os programas de governos destas coalizações. Por isso que é muito cedo para se fazer qualquer prognóstico em torno de candidaturas, seja da situação ou oposição, onde houver, agora. As eleições de 2016 dependerão da Reforma Política que começa a ser ensaiada no Congresso Nacional, reafirma-se.

A prorrogação do mandato dos atuais prefeitos e vices

Outra tese que tem surgido com grande força no Congresso Nacional em torno da tão propalada Reforma Política, que se vislumbra pra os próximos meses, é a prorrogação por dois anos do mandato dos atuais prefeitos e vices para compensar o fim da reeleição. Fortalecida pelas entidades que aglomeram os prefeitos em diversos estados, a prorrogação dos atuais mandatos de prefeitos e vices, seria uma compensação para agradar aos atuais mandatários municipais que teriam sua reeleição certa e assegurada em 2016.

A tese da prorrogação dos mandatos dos gestores municipais atuais teria, também, uma outra função no cenário eleitoral brasileiro a unificação do calendário eleitoral para eleições gerais em 2018 de Vereador a Presidente. A crítica que se faz hoje a esta tese da prorrogação dos mandatos diz respeito ao fim da Justiça Eleitoral do ordenamento jurídico brasileiro por conta de passar a existir somente uma eleição para todos os cargos. Portanto, tribunais e cartórios eleitorais com alinhamento das eleições deixariam de ter função para coordenar apenas um pleito eleitoral.

Tuntum e as eleições de 2016

Candidato natural à reeleição, no próximo ano, e com vitória assegurada, o Prefeito Cleomar Tema, líder maior da coalização eleitoral que o levou a uma vitória consagradora em 2012, ainda não se manifestou a respeito do próximo pleito eleitoral, mesmo porque na cabeça do mandatário tuntunense é muito cedo para se antecipar as decisões que serão tomadas na reforma política votada em breve. Entende-se, ainda, que mesmo sendo um político de carreira, Dr. Tema, é um articulador político sábio para se colocar já como possível candidato a reeleição ou alçar, entre os seus auxiliares mais diretos, alguém que venha ser o candidato do seu grupo político, agora. Se o fim da reeleição acontecer com a Reforma Política, com certeza, Cleomar Tema, ouvirá o povo tuntunense para lançar o candidato ideal com chances de vitórias do seu grupo político. Portanto, é muito prematuro, hoje, se especular nomes sem o aval do líder político de Tuntum.

Acredita-se, que a agenda atual do Dr. Tema, ainda, não passa pela sua sucessão em 2016, mesmo porque tudo agora é obscuro até a votação da Reforma Política em 2015, o que de fato interessa ao Prefeito de Tuntum, hoje, é resolver alguns problemas administrativos como o asfaltamento da cidade(zona urbana e rural), a saúde, educação, pagamento do funcionalismo público em dia, construção e recuperação das estradas vicinais, construção de pontes e ações de políticas públicas para a melhoria da vida social do seu povo, ações que não poder resolver, a contento, nos dois primeiros anos da sua gestão, por conta das perseguições impostas pelo governo nefasto de Roseana Sarney. Fora estas preocupações não há espaços, na agenda de Cleomar Tema, neste momento, para se pensar em eleições no próximo ano, porque ainda é muito cedo e prematuro.