O histórico passo anunciado por Washington para normalizar relações com Cuba representa o primeiro movimento para deixar para trás meio século de tensões
Raúl Castro - Premier Cubano |
La Jornada
Washington - O presidente americano Barack Obama anunciou nesta quarta-feira o início de um ''novo capítulo'' nas relações de Washington com Cuba e prometeu que examinará, junto do congresso, o fim do embargo à Cuba. Obama declarou que era tempo de acabar com um 'enfoque antiquado' sobre a ilha.
O mandatário ainda anunciou que o governo revisará a permanência de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo. Em um discurso à nação, ele anunciou que os dois países fizeram um acordo para iniciar vínculos econômicos e de viagens.
Durante a terça-feira, Obama teve uma longa conversa telefônica com o líder cubano Raúl Castro, onde ambos fizeram um acordo para a instalação de embaixadas ''nos próximos meses.''
O governo dos Estados Unidos iniciou uma aproximação histórica de Cuba, ao anunciar a normalização das relações diplomáticas plenas e o alívio de diversas sanções vigentes há meio século, informou uma fonte da Casa Branca.
Termina meio século de tensões entre Cuba e Estados Unidos
O histórico passo anunciado por Washington para normalizar as relações com Cuba representa o primeiro movimento para deixar para trás meio século de tensões bilaterais.
Os dois países não possuem relações diplomáticas formais desde 1961, e em 1977 instalaram escritórios de interesses em Washington e em Havana, sob o cuidado da embaixada suíça.
Em 1961 os Estados Unidos ofereceram suporte logístico para uma invasão de milicianos cubanos à Cuba, que terminou sem sucesso, com a captura da maioria deles logo que desembarcaram na região de Playa Girón, ao centro-sul da ilha.
Um ano mais tarde, a relação bilateral alcançou seu ponto mais crítico depois que aviões americanos descobriram que misseis soviéticos haviam sido instalados com ogivas nucleares em várias localidades de Cuba.
A crise dos mísseis deixou o mundo inteiro em suspense diante da possibilidade de um holocausto nuclear, até que a União Soviética desativou os mísseis ao mesmo tempo que os Estados Unidos desativou foguetes que foram instalados na Turquia e se comprometeu a não invadir a pequena ilha comunista, situada a pouco mais de 100 quilômetros de suas fronteiras.
Desde então os Estados Unidos adotou um rígido conjunto de normas que literalmente deixaram Cuba ilhada do comércio exterior, com exceção dos países socialistas.
Tradução de Roberto Brilhante/Carta Maior
Créditos da foto: Mauricio Muñoz E/ Presidencia de la República del Ecuador.