Governo federal lança site sobre o período da ditadura militar no Brasil

Site traz área de apoio a professores com planos de aula e material didático. Portal foi produzido em parceria com Instituto Vladimir Herzog e ONU.

O governo federal lançou nesta sexta-feira (5) um portal na internet sobre o período da ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985. O site apresenta informações sobre a história do regime e dos movimentos de resistência, além de documentários, depoimentos e mapas. A página também traz uma área de apoio a professores, com planos de aula e material didático para tratar o tema em sala.

“A preservação da memória do país é fundamental [pois] a democracia começa a ser construída a partir da escola pública”, afirmou o ministro da Educação, Henrique Paim, no ato de lançamento.

O portal foi produzido pelo Instituto Vladimir Herzog em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.

Além do ministro da Educação, participaram do evento as ministras Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Eleonora Menicucci (Secretarias de Políticas para as Mulheres), Luiza Helena de Bairros (Promoção da Igualdade Racial) e a ministra interina Ana Cristina Wanzeler (Cultura).

Em tom emocionado, a ministra Eleonora Menicucci, que foi presa política, fez um discurso em que lembrou da tortura que sofreu na época. Após sua fala, ela foi aplaudida de pé pelos presentes na cerimônia.

“Só nós que vimos sangue ser derramado, vidas serem perdidas e que tivemos as nossas vidas, os nossos corpos manchados pela ditadura, sabemos o que foi [a ditadura]”, disse. “Naquela época, eu preferia ter morrido, tamanha é a dor da tortura física e psíquica, mas tenho alegria enorme de ter sobrevivido para contar essa história", afirmou.

O representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, destacou a importância da preservação da memória para “se buscar a verdade, justiça e reparação”.

“Esperamos que esse portal ajude a promover uma reflexão mais aprofundada sobre o período [da ditadura] e que abusos de direitos humanos não aconteçam nunca mais.”

Do G1