Professor Jean Carlos homenageia a amiga e colega de sala de aula Professora Lucivânia, neste dia de tristeza

O poema abaixo me relembrar dos idos dos de 1991 e 1992, quando Lucivânia e Eu éramos colegas de sala, no colégio Bandeirante. No mundo de fantasia de pré-adolescente que vivíamos, ler poesias era um passa-tempo predileto. Compartilhamos algumas leituras agradáveis. Crescemos, nossas vidas tomaram rumos diferentes, nos distanciamos, mas guardo e guardarei vivamente as lembranças.
Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

(Cecília Meireles)