A realização da copa/2014, no Brasil, tem sido um exercício constante para repensar o país queiram ou não a classe média enrustida que pinça crise em tudo ou/e a intelectualidade pedante e bacharelesca que imagina, ainda, que Paris ou Nova Iorque não passam da próxima esquina. Mas nada disso importa diante da alegria da maioria dos reais brasileiros que, a cada jogo da seleção de futebol, primam, de maneira consoante, na capela do belo e emocionante hino nacional.
Tudo no país nos últimos dias tem sido festa, emoção, espanto e descoberta numa verdadeira geleia geral sob as bênçãos do reinado do futebol em Estados e estádios no verdadeiro padrão Brasil para a inveja do pessimismo chato da classe média sem fulcro, para desespero do novo pedantismo da intelectualidade anta que se fixou ainda no amarelismo, amarelou do carcomido Plínio.
Mais um tapa na basbaquice proselitista de plantão, o Brasil é uma festa só e os brasileiros, agora heróis vivos, se deleitam sob o espanto de gringos e gringas de cinturas duras como pinto no cisco, sem as frescuras do bloquete dos chatos que descolorem as redes sociais, sem se importarem com a partida tardia do traumatizado que quis impor a ira de um pseudo Harlem por aqui.
A copa/2014, no Brasil, é sim a copa das copas no exercício forte de brasilidade no meio de praças, ruas, praias, becos, vilas, favelas e nas fran pages honestas de Macunaíma. E como consolo, a capela do belo hino nacional continuará a remover a letargia dos velhos corvos para dar lugar a construção do hexa, a partir de hoje, no ventre de Iracema.
Emerson Araújo é poeta.