Por Lígia Teixeira
Edinho Lobão em entrevista à edição de ontem (27) do Jornal O Imparcial. O grave é que ele de fato acredita no que fala.
Como era de se esperar, começa a repercutir mal a fala do pré-candidato ao governo do Maranhão Edison Lobão Filho em entrevista ao Jornal O Imparcial deste domingo. Lobão disse com todas as letras que ele e sua família tem genética superior aos demais maranhenses.
Edinho Lobão já havia dado sinais claros de que vê o Maranhão como uma espécie feudo dinástico-familiar, desde a estapafúrdia inserção do PMDB na qual diz com todas as letras que médicos, juízes, professores e afins não teriam o direito de disputar um cargo eletivo no estado.
A declaração dada ontem ao Jornal O Imparcial, no entanto, escancara de maneira aviltante como o filho do ex-governador Edson Lobão vê a si e ao povo do estado. Não se trata de uma mentalidade inventada pelo senador sem voto, mas de uma velha conhecida forma de pensamento das elites tradicionais do país.
A Eugenia, termo criado na segunda metade do século XIX, surgiu para propagar ao mundo a ideia de que alguns indivíduos, por suas características físicas e principalmente étnicas eram melhores do que outros. O termo foi usado durante muitos anos para justificar a discriminação racial e a xenofobia a partir de critérios genéticos. Após o uso indiscriminado da eugenia, sobretudo nas ações de terror do Nazismo – a época da segunda guerra mundial – a ideia existência de uma raça superior a partir da genética, foi banida dos estudos biológicos e sociológicos.
Mas eis que no Maranhão dinástico das famílias Lobão e Sarney, novamente nos deparamos com o horror da mentalidade eugênica. E a nova eugenia propagada por Lobão Filho choca mais, sobretudo porque ela é a representação de uma crença que ele e seus aliados verdadeiramente alimentam, daí a convicção de que sua fala de fato empolga os aliados. Durante o lançamento de sua pré-candidatura ao governo, Lobão Filho tinha ao lado a companhia da governadora Roseana Sarney, também filha de um ex-governador, que controla o Estado, como vocês estão carecas de saber, há quase meio século.
Moral da história: a falta de alternância de poder no Maranhão chegou a tal ponto que incutiu na mentalidade das famílias que por hora mandam Estado, a ideia de que devem permanecer no poder porque se sentem verdadeiramente melhores do que todos os demais maranhenses.