Para Mônica Almeida (a mãe de Lorena, através de quem estendo todas as homenagens para as mulheres do meu amado Tuntum neste 08 de Março)
Emerson Araújo
Há frases emblemáticas que nos fazem acender
para o previsível, para o que queremos de maneira intensa e imprescindível. E
uma destas frases passou a existir neste final de julho de desejos antecipados.
Está ali num outdoor anônimo encravado numa encruzilhada de avenida no caminho
de casa para o escritório em letras garrafais: “Quando os meus olhos te enxergam, o mundo desaparece e fica só você.”
Sem querer usar de metafísicas e outras concepções
abstratas da filosofia adjacente, quero me prender, apenas, a beleza metafórica
da frase e a sua essência sentimental. Nela, com certeza, está embutida uma
declaração amorosa avulsa da alma de um amante/amado peregrino quixotesco, mas
que quer se fazer presente no coração/na vida da amada como um pulsar ardente.
Publicar esta frase para o público desatento é a melhor ousadia de quem ama e
quer comandar todas as atenções para a amada. Por isso me solidarizo com este
amante latente. E a subtraio a frase do final de julho para mim em forma e
conteúdo.
Agora de posse da frase: “Quando os meus olhos te enxergam, o mundo desaparece e fica
só você” quero,
também, me doar para você sem reservas e receios como se fosse um cálice de
vinho em noite de aroma suave. E como diria o poeta apaixonado: serei teu em
tempo integral/faça chuva ou desfaça o sol.
A frase que foi apropriada para servir de mote para uma
outra amada agora é minha e tem endereço nominal. Assim os meus olhos só
enxergam a amada com pele de pluma e odor de jasmim e o mundo, adjuvante, não
mais importará. O que vai importar profundamente é a convicção de que faremos a
terra e todos os campos estremecerem e quando o resto do mundo desaparecer vai
ficando só você entre tantos sussurros e vários rumorejos.