O Jornalismo perde Joelmir Beting




A geração de cacófatos deveria inspirar-se no seu exemplo luminoso

Menezes y Morais *

O jornalismo brasileiro está culturalmente mais pobre desde as 0h55 desta quinta-feira (29/11/2012): morreu Joelmir Beting, aos 75 anos, um dos ícones de sua geração, mediador e apresentador do Canal Livre e comentarista do Jornal da Band, em São Paulo.

Especialista em economia, JB trabalhou nos principais veículos de comunicação o país. Deixa dois filhos, Mauro (também jornalista) e Gianfranco Beting, e quatro netos.

JB sofreu um Acidente Vascular Encefálico (AVC) domingo, 25/11. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde o dia 22/10, para tratar de uma doença autoimune nos rins. O corpo estar sendo velado no Cemitério do Morumbi.

Comentários

Joelmir Beting deixa um vazio no jornalismo brasileiro, seus comentários sarcásticos, relâmpagos, certeiros, farão falta ao telespectador/leitor mais exigente. Uma de suas frases, que para eu é referência e me causava alegria, é “jura por todos os juros”, para comentar afirmações de certos figurões da República.

O que temos hoje é uma geração de jornalistas que, salvo melhor juízo, me parece menos despreparada intelectualmente. Particularmente não suporto quando vejo, leio, escuto jornalista e telejornalista usarem o bordão “a gente faz”, “a gente foi”, “a gente quer”, como se o substantivo feminino ‘gente’ fosse uma panaceia vernacular. Que essa geração de cacófatos se mire um pouco no exemplo luminoso de Joelmir Beting.

*Menezes y Morais, jornalista, professor, escritor e historiador. Entre outros, é autor do romance A Íris do Olho da Noite (Thesaurus, www.thesaurus.com.br)