![]() |
Foto: Arquivo Google |
CIDADE
Sophia de Mello Breyner Andresen
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Abro este texto com o poema Cidade da poetisa portuguesa do século vinte Sophia de Mello Breyner Andresen que na sua sensibilidade feminina dialoga com um espaço poético subtraído da realidade. Assim é Tuntum nestes seus 56 anos de existência, um quadro poético retirado da realidade concreta.
Ainda bem que nestes seus 56 anos de vida, Tuntum não se tornou um mero retrato de parede. E nem há mais nas suas ruas sem aslfatos os burros carregando seus sonhos mais profundos. Seus sonhos, hoje, traduzem o nosso mais puro espanto. O espanto de querer ver e sentir o pulsar do progresso econômico e social que tanto a cidade precisa. De ver o brilho nos olhos das crianças e jovens balbuciando com convicção os objetivos mais caros da cidade que são também nossos. Assim deve ser Tuntum a partir de agora.
Tuntum a partir de agora deve caminhar para a comemoração de um século, logo, logo com um perfil de cidade modelo onde o horizonte mais promissor esteja além da suas marcas mais tristes de hoje. A cidade deve apontar todos os caminhos agora, todas as soluções para dar suspiro aos que acreditam nela. Assim deve ser, assm será, acredito.
E para não ficar no piegas e nem no ufano, o melhor presente para Tuntum neste dia 12/09/2011 é juntar seus fragmentos que ainda estão pelas esquinas e ruas das suas vilas e cuidar com carinho para se ter resultados de amor, paz que o mais vasto desejo impõe como diz o poema, ou no mínimo, a minha alma que fora prometida, às ondas brancas e às florestas verdes que ainda iluminam nossa querida Tuntum nesta data. Tenho dito!